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“Vicky Cristina Barcelona”

Diana Casanova
4 min leitura

Dois é bom, três é demais? Bem, talvez não, pelo menos de acordo com a visão de Woody Allen em “Vicky Cristina Barcelona”. Confesso que se trata de um filme que me despertava bastante curiosidade desde que várias pessoas me falaram do mesmo. Como um bom filme do Woody Allen, é certo que há duas versões: os que odeiam e os que adoram.

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“Vicky Cristina Barcelona” é um filme que se centra em duas amigas – a ‘Vicky’ (Rebecca Hall) e a ‘Cristina’ (Scarlett Johansson) – que viajam para Barcelona na busca de respostas para os seus problemas. Essencialmente o foco está nas duas visões diferentes que ambas têm do amor e dos relacionamentos amorosos. Se a primeiro acredita no amor e numa relação estável (está noiva), a segunda procura aventuras e novas experiências, sendo mais cética quanto a relações duradouras e temendo, sobretudo, sofrer.

Este é o ponto de partida, que é narrado logo no início do filme. Como seria de esperar, isto acaba por não ser bem assim. Quanto ambas são assediadas por ‘Juan Antonio’ (Javier Bardem) para viajarem com ele com um objetivo sexual claramente explícito, ‘Vicky’ não quer aceitar, enquanto a amiga está bastante recetiva ao convite. Acabam por ir viajar e aí começam as alterações. O que ‘Vicky’ defendia no início, se calhar acaba por fraquejar, assim como ‘Cristina’… Tudo isto com uma abordagem muito bem humorada. De facto, tratam-se de situações tão caricatas que se tornam muito divertidas.

Enquanto ‘Juan Antonio’ tenta seduzir ambas, e após o seu regresso, surge também Penélope Cruz, como a ex-mulher do pintor espanhol. Com uma personagem conflituosa e hilariante, seguindo o estereótipo que por vezes é utilizado para caracterizar as mulheres espanholas, ‘Maria Elena’ está de volta à sua vida. É neste momento que se contraria o ditado: ‘dois é bom, três é demais’… ou talvez não… deixarei ao critério de cada um este julgamento.

Em suma, “Vicky Cristina Barcelona” é uma comédia muito divertida e que tem a marca de qualidade (ou de esquisitice, caso seja essa a vossa opinião) de Woody Allen e um elenco de grande nível, que revela uma grande cumplicidade e interação. Além disso, o facto de Christopher Evan Welch ser o narrador do filme e a forma como este foi realizado, acrescenta uma dose substancial de humor. Sem dúvida que será mais um filme a ver, pois é uma hora e meia bem passada em frente à televisão. Se se trata de um filme relativamente leve em alguns aspetos, por ser tão caricato, também nos faz refletir acerca daquelas que acreditamos serem ‘certezas absolutas’ na nossa vida, mas que afinal, não são bem assim.

Em suma, um filme aconselhado para fãs do realizador. E não esquecer algumas imagens fantásticas da cidade de Barcelona.

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Redatora e cronista