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José Fidalgo

Pedro Vendeira
9 min leitura

José Fidalgo é o conhecido actor e modelo que actualmente podemos ver na novela “Perfeito Coração” (SIC) onde interpreta o paraplégico “Gonçalo Nobre”. Com uma vasta carreira em televisão (onde se estreou, no ano 2000, na apresentação do “Clube Disney” da RTP), onde fez novelas e séries, já passou pelo cinema e pelo teatro. Dos seus trabalhos destacam-se a participação nas novelas “O Olhar da Serpente”, “Queridas Feras”, “Ninguém Como Tu”, “Tempo de Viver” e “Fascínios”, nas séries “Ana e os Sete”, “Maré Alta” e “Casos da Vida”, no teatro “Os Maias” e no cinema “Amália, o filme”.
O actor, que também já fez publicidade, foi recentemente pai e confessa, em relação ao filho, que “Amo-o e quero-o como água para beber”.


Foi pai recentemente, como tem sido esta nova experiência?

São tantas as emoções que me invadiram no momento em que ele nasceu e que continuam a invadir que para mim é sempre difícil especificá-las sem cair no estereótipo de resposta.
Por isso, vou tentar simplificá-la: “Amo-o e quero-o como água para beber”.

Jose Fidalgo

Como encara o facto de ter que se deslocar para Lisboa para trabalhar e deixar a família longe?

Mais uma vez, gostava de fugir a uma resposta cliché do tipo: ” Quem corre por amor (no meu caso) não cansa” mas a verdade é a realidade dos factos. São 760 quilómetros que tenho que fazer sempre que tenho trabalho em Lisboa, quer seja de carro, comboio ou avião.
Gosto da palavra “Saudade” e para mim, esta minha maneira de viver, dá o verdadeiro sentido à palavra. Vá-se lá perceber o ser humano…

A sua mudança para a SIC foi repentina. Como tem sido cooperar na estação de Carnaxide?

Não foi repentina. Foi ponderada sob o ponto de vista da proposta e como tal, demorou o seu tempo a ser analisada, uma vez que o Gonçalo não foi a primeira nem a segunda proposta em cima da mesa.
Nunca tive exclusividade com a estação de Queluz mas a verdade é que até ao momento deste convite, tinha sido a única que sempre me convidou para bons papeis e isso tem que se levar em consideração.
Quando surgiu a personagem do Gonçalo, achei que seria a forma mais respeitosa para as três partes, seguindo a linha com que sempre me guiei.

Na novela “Perfeito Coração” o Gonçalo é diferente, onde se inspirou para fazer este papel? Procurou conviver com pessoas com deficiência física?

Tive o apoio da Associação Portuguesa de Deficientes (ADP) de Sintra que me deixaram treinar com a equipa de basquetebol, com quem trabalhei o aspecto psicológico e físico. Foram várias as lições de vida que retirei desta experiência. O meu muito obrigado para todos eles e principalmente para o seu presidente. Um grande e forte abraço.

A novela “Tempo de viver”, onde participou na TVI, foi bastante ousada ao abordar temas polémicos. O seu personagem esteve ligado a um desses temas, juntamente com o actor Hugo Tavares: A bissexualidade. Fale-nos um pouco desta experiência.

Foi um papel que me deu bastante gozo fazê-lo por uma serie de razões.

A primeira razão foi no momento em que me convidaram para um papel de prostituto baseado numa história bastante empolgante e controversa em que iria contracenar com um grupo de actores bastantes bons e por quem tenho muita consideração.

A segunda razão foi a introdução da Bissexualidade que ainda não tinha sido explorada no panorama da ficção nacional, ou seja, a história entre a minha personagem e a do Hugo.

A terceira razão foi a seriedade com que toda a produção levou a história destas personagens.

A Quarta e última razão foi levar esta missão de tornar credível toda esta relação e a própria personagem.

Qual a novela que mais lhe agradou fazer? Tem algum personagem que o tenha marcado?

“ Queridas Feras” foi a novela que mais me marcou pelas constantes viagens que fazia entre Lisboa e Évora. Lá está, adoro fazer-me à estrada…

A personagem foi sem duvida o Bruno em “Tempo de Viver”


Já alguma vez sentiu pressão nos bastidores de uma novela, por causa das audiências? Sente que influenciam de alguma forma a sua prestação?

Sinto uma pressão que é sempre estimulante e faz parte do mundo da televisão. Quanto à influencia, ela sempre existe mas cabe a nós que a qualidade da personagem nunca se desvaneça no meio de todo o aparato televisivo.

Quais são as diferenças de se ser actor na SIC ou na TVI?

Muito sinceramente, não existem. Ambas as estações tratam os actores com muito respeito e têm por nós uma grande admiração.

Como foi interpretar o marido de Amália em “Amália, o Filme”? Como se preparou para interpretar algumas cenas em que tinha que mostrar que estava alcoolizado?

Fazer parte de um filme que retrata a vida e obra de umas das mais representativas figuras de Portugal e o símbolo máximo do nosso fado, é sem qualquer duvida, um motivo de orgulho.

Nunca é fácil passar estados de emoções, particularmente este, para um público e tornarem-se credíveis, mas o desafio para um actor é exactamente esse.

Foram vários os exercícios de embriaguês que procurei para o Francisco Cruz, foram vários os filmes, documentários e livros que pesquisei para encontrar a tal consequência de que me refiro.

Se tivesse que escolher entre televisão, cinema e teatro, qual escolheria?Jose Fidalgo

O importante é escolher um bom projecto. É difícil em alguns casos mas o mais importante passa por esta decisão. A partir daqui, qualquer dos canais de transmissão têm o dever de cuidar de toda a envolvente, respeitando todas as directrizes e principalmente, o público.

Como foi a experiência de apresentar o Clube Disney? Gostava de regressar à apresentação?

Foi um programa, uma equipa, uma viagem ao longo de um ano que me fez acreditar no que queria seguir.

Fazer directos deram-me muita experiência para enfrentar situações no momento e isso ajuda ao cultivo da tua espontaneidade.

Havia uns sketches satíricos aos anúncios da altura em que aprendi e me diverti imenso. Nunca mais me esqueço do slogan que finalizava o sketch: “Compra já, Senão não esgota”.

Nunca deixei de parte a apresentação. Existiram projectos mas apareciam sempre em alturas que tinha trabalho como actor, e ai tinha e tenho as minhas prioridades.

Considero-me capaz de apresentar um programa em qualquer temática e por isso estou sempre aberto a esse desafio.

Imagine que tinha um convite irrecusável, para fazer um filme muito ao estilo de “O Senhor dos Anéis”, como teria que “largar” a sua vida em Portugal, tinha o direito de colocar uma ou duas cláusulas no seu contrato o que colocaria? À excepção da família, surpreenda-nos.

Torna-se complicado procurar uma ou duas cláusulas depois de ter assegurada as viagens para ver a família.

Quando chegamos a um patamar como Hollywood, todas as condições estão ao nosso alcance, dai não poder conseguir surpreender-vos.

Em termos profissionais o que espera para 2010?

Para este novo ano, espero ser convidado para interpretar papéis em registos que ainda não explorei, como a comédia.

Gostava de apresentar um programa e dar seguimento ao que fiz no “Clube Disney”, mas numa temática diferente.

Tenho projectos meus na área do teatro e da apresentação que gostava de vê-los sair do papel.

Acho que estes, para além do que possa aparecer, são os meus desejos, pois tenho a certeza que sou capaz de representá-los. Sempre com o esforço, empenho, dedicação, e humildade.

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