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A Entrevista – Vítor Silva Costa

A Televisão
11 min leitura

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Quem segue Jardins Proibidos reparou já com certeza no ator que faz o espanhol Alfonso Herédia e que, ao lado de Filipa Maia (Mónica), protagoniza algumas das cenas mais românticas da história. O A Televisão conversou com o jovem de 22 anos, que deixou o Porto, onde viveu e estudou, para construir uma carreira. A trabalhar num projeto que considera ser dos mais desafiantes, Vítor Silva Costa acredita que tem conquistado cada vez mais terreno na área pela qual é apaixonado: a representação.

1 A Entrevista - Vítor Silva Costa

Em apenas dois anos, esta é a terceira novela em que participas. Erraste muito ao longo deste teu pequeno percurso?

De facto, é a terceira produção em que participo, mas apenas em Jardins Proibidos como elenco fixo, o que para mim é motivo de orgulho, naturalmente. O erro é algo que faz parte do meu processo de aprendizagem como ser humano e como ator. Erramos para melhorar, sempre. Samuel Beckett escreveu um dia: «Ever tried. Ever failed. No matter. Try Again. Fail again. Fail better». É um princípio que trago sempre comigo. Por isso, quando digo que errei muito ao longo do meu percurso é tão simples quanto isto, o erro como alavanca para a superação pessoal e profissional.

Sentes que cresceste desde que fizeste a nona temporada de Morangos com Açúcar, onde te estreaste?

Sim, sinto que cresci desde essa altura.

Foi um erro a TVI acabar com a série?

Julgo que cada projeto tem o seu tempo. Um projeto tão grandioso e duradouro como foi a série Morangos com Açúcar teve também o seu tempo e foi de facto uma plataforma de crescimento para muitos atores que por lá passaram.

Em O Beijo do Escorpião eras Leo, um personagem gay, com cenas de cama ousada. Tiveste receio em aceitar o papel?

Não tive de forma nenhuma receio em aceitar desempenhar este personagem. Por que razão teria? Faz parte do meu trabalho enquanto ator aceitar e saber lidar este tipo de propostas, porque se estamos a contar histórias, não temos de ter receio de as contar como elas são, quaisquer que sejam.

E o que achaste do resultado, quando viste na TV?

Eu sou o maior crítico de mim próprio, para o bem e para o mal. Ver-me e avaliar-me é sempre um processo delicado, no sentido em que tenho tendência em focar a minha atenção em tudo aquilo que estou a fazer mal, ou menos bem. De qualquer forma, julgo que o resultado final foi consistente e eficaz.

O Alfonso Herédia, de Jardins Proibidos, é o teu primeiro grande personagem. Como é que tens encarado esta oportunidade?

Não existem pequenos ou grandes personagens, existem sim diferentes tipos de personagens e diferentes formas de abordar cada um deles. E quando digo que é o meu primeiro grande personagem refiro-me à densidade e complexidade do seu percurso. É uma oportunidade que estou a ter e estou muito grato por poder aproveitá-la e extrair dela o maior conhecimento e prazer ao interpretá-la.

Assusta-te ter um papel com esta relevância?

Não me assusta, mas deixa-me muito nervoso e ansioso porque quando faço qualquer coisa quero fazê-la bem, sempre, e o meu maior receio é que isso não aconteça. Trabalho diariamente para que tudo corra pelo melhor. Faço muita pesquisa, estudo as várias possibilidades de percurso, tento perceber que tipo de pessoa é este Alfonso. É um personagem que me surpreende a mim e eu tento surpreender-me ao interpretá-lo e crescer com isso.

Quem é o Alfonso?

O Alfonso é um jovem aristocrata espanhol que se muda para Lisboa para terminar o curso em Gestão de Património para posteriormente apoiar a sua família, que se encontra perto da bancarrota. Quando chega a Portugal apaixona-me perdidamente pela Mónica (Filipa Maia), uma rapariga em tudo diferente. Isto é o mote para um desencadear de conflitos entre a sua família, a Mónica, o que socialmente o rodeia, etc.

Parece haver muita química entre ti e a Filipa Maia. Foi fácil encontrar a harmonia?

A química, na minha opinião, tem muito a ver com disponibilidade e sensibilidade, e nesse ponto de vista foi simples encontrar essa relação com a Filipa.

«Eles [Alfonso e Mónica] apaixonam-se perdidamente como se não existisse amanhã», palavras da Filipa Maia. É deste modo que devemos viver a vida, com paixão?

Devemos viver a vida como achamos que ela deve ser vivida e como faz sentido para cada um de nós. Mas sim, evidentemente que o amor está acima de todas as coisas.

Como é que tem sido passar pelos vários estados do Alfonso?

Tem sido maravilhoso e enriquecedor.

Brevemente, após um acidente de moto, o Alfonso fica paraplégico. Sei que gostavas de ter sido tu a fazer a cena do acidente, mas é sempre muito arriscado…

É uma cena que exige muito de todos os intervenientes – desde os atores, os técnicos, os duplos, etc. Claro que gostava de ter sido eu a fazer. Eu, enquanto ator, quero experienciar o mais possível, mas isto é um caso muito específico. Perante a construção dramatúrgica da cena e da realização era necessário que fosse feito de forma segura e eficaz. E é aí que entra o trabalho dos profissionais treinados para estas situações, os duplos.

E as cenas de nudez, sentiste-te à vontade à frente das câmaras?

Como digo sempre, todas as cenas fazem parte do nosso trabalho de ator, e partindo deste princípio sentir-me-ei sempre disponível e à vontade para realizar o meu trabalho.

Que balanço fazes destes primeiros meses de gravações?

O balanço deste processo é muito positivo, por várias razões. Tenho a oportunidade de trabalhar com uma equipa maravilhosa, desde técnicos, realizadores, equipa de produção, elenco, etc. Eu adoro trabalhar, adoro aquilo que faço e por isso só posso estar feliz por estar a trabalhar neste projeto.

Tens recebido boas críticas?

O feedback é muito importante. Tenho recebido boas críticas e críticas menos boas. Em relação às críticas positivas, tento suportar-me nelas e melhorar esses pontos. Em relação às críticas negativas, foco-me nelas para as tornar virtudes. Tento encarar todas as críticas como construtivas, naturalmente quando são feitas de forma consistente.

O que Jardins Proibidos tem para prender o público?

Fugindo um pouco à pergunta, mas respondendo de uma forma que a mim me agrada mais: Jardins Proibidos é uma obra de ficção que conta histórias, histórias que aproximam as pessoas. A ficção procura um retrato daquilo que é a nossa realidade, a realidade portuguesa. Isso é o que deve prender as pessoas ao ecrã. Jardins Proibidos tem tudo para ter sucesso. Tem uma equipa técnica, uma produção e um elenco absolutamente dedicados, trabalhadores e confiantes. Isto, na minha opinião, é o princípio mais básico para o sucesso.

Mas as audiências não estão a ser surpreendentes.

Eu estou focado naquilo que julgo que é realmente importante, o meu trabalho e o trabalho de toda a equipa. Toda a equipa está concentrada em fazer o melhor em prol de um objetivo comum. Essa luta das audiências faz parte de um elemento estatístico, mas todos nós diariamente fazemos o nosso trabalho para que tudo corra da melhor forma.

O guião vai sofrer alterações e alguns atores vão abandonar a novela…

Existindo ou não alterações, estamos todos juntos para o mesmo objetivo.

Uma das modificações feitas pela TVI e por José Eduardo Moniz é dar mais protagonismo ao amor de Alfonso e Mónica.

Em primeiro lugar espero que o público goste e se sinta bem com a história de uma forma geral. A história do Alfonso e da Mónica, sendo uma mais-valia para a novela, é algo que me deixa muito feliz e orgulhoso.

Faz sentido continuar a apostar em sequelas?

Julgo que faz sentido apostar naquilo em que se acredita ser uma mais-valia. Uma sequela é uma ideia arrojada e eficaz, na minha opinião.

Quando terminares este projeto, pretendes continuar ligado à representação?

Sim, claro que gostaria de continuar a fazer novelas. Estou a aprender cada vez mais a desenvolver o trabalho com a câmara e com tudo o que implica um projeto televisivo; é uma linguagem diferente da linguagem do teatro, à qual estava mais habituado. Tenho tido um enorme prazer neste trabalho e espero que mais oportunidades surjam.

Acreditas que o teu talento vai continuar a ser recompensado?

Prefiro pensar que o meu trabalho é que pode vir a ser recompensado. Trabalharei sempre para isso.

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