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A Entrevista – Tiago Garrinhas

A Televisão
10 min leitura

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Tiago Garrinhas, um jovem que ficou conhecido por participar no Ídolos, é agora o «Chico Fininho» do canal um. Na nova série de época da RTP, Os Filhos do Rock, Tiago interpreta Rui Veloso aos 23 anos. «Estou a fazer uma personagem que me inspirou enquanto músico, e a trabalhar com atores de excelência. O que é que eu quero mais?», confessou o ator ao A Televisão. E parece que o desafio não podia ter corrido melhor, pelo menos é a opinião da atriz Margarida Carpinteiro: «Faz-me muita confusão olhar para ti. Eu conheci o Rui nessa altura e estás igual a ele!».

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– Tiago, descreva-me o seu percurso até onde se encontra neste momento.

– Comecei por estudar Artes Visuais, com o objetivo de tirar um curso superior de Arquitetura ou Design, mas nessa altura uma proposta inesperada surgiu, e vim parar a capital para trabalhar com o Filipe La Féria. Quando terminei esse projeto, percebi que o que queria fazer na minha vida realmente era aquilo [teatro], e decidi mudar de curso. Fui para a Escola Profissional de Teatro de Cascais, e a partir daí nunca mais parei de trabalhar na área.

– Então e a música, não é um objetivo primário?

– Eu nunca tive a música como um objetivo primário, apenas é mais uma das coisas que me faz sentir bem, e me deixa realizado. Normalmente fazem-me a pergunta «Gostas mais de ser músico ou ator?». Nunca consegui responder. Preciso das duas coisas para me sentir feliz.

– Ficou conhecido pela sua participação na quinta temporada do Ídolos, em 2012. Que impacto teve este programa na sua vida?

– Foi uma experiência engraçada. Com o Ídolos tive acesso a um lado que me era totalmente desconhecido até ali, o reconhecimento. Comecei por nao reagir muito bem a isso, mas, como tudo, acabamos por nos habituar. O programa trouxe-me algumas propostas e oportunidades, mas nada daquilo que eu procurava. No entanto, guardo boas recordações, como por exemplo quando cheguei à fase do Teatro e conheci um grupo de pessoas espetaculares. Enfim, o Ídolos para mim foi mais uma aventura. Diverti-me, mas já passou.

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– Que opinião guarda sobre o Factor X, que terminou no passado domingo? E o que me diz dos mentores?

– Confesso que vi o programa apenas uma vez, e pelos comentários e críticas que ouvi do júri do programa, fiquei mais uma vez triste por ver mais um talent show ser destruído pela busca de audiências. Desde aí nunca mais vi o programa. Contudo, tendo estado num programa com formato semelhante, acho que o júri faz o que lhes é pedido.

– Atualmente integra a nova série de época da RTP1. No ar desde dezembro de 2013, que balanço faz d’Os Filhos do Rock?

Os Filhos do Rock foi uma agradável surpresa. Tive oportunidade de dar mais um passo na minha carreira, e de trabalhar com todos aqueles que idolatro, fazendo uma personagem que me diz muito desde criança. Foi provavelmente um dos trabalhos que mais gozo me deu fazer até hoje. As gravações terminaram em dezembro e, como todos os trabalhos com bom ambiente e pessoas incríveis, já deixa saudades.

– Qual foi a sua reação quando tomou conhecimento do papel que lhe foi destinado?

– Quando me disseram que ia fazer de Rui Veloso, fiquei super contente! Na minha cabeça automaticamente pensei «Estou a fazer um trabalho na minha área, sobre música, sobre rock, a fazer uma personagem que me inspirou enquanto músico, e a trabalhar com atores de excelência. O que é que eu quero mais?». Com tanta coisa ótima ao mesmo tempo, a personagem que me foi destinada não podia ser melhor.

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– Conte-me então como foi construiu a sua personagem.

– O processo foi engraçado. Nunca tinha passado tanto tempo à frente do espelho a trabalhar as expressões faciais, para conseguir imitar o Rui. Depois foi a pesquisa, que eu ja tinha adiantada, e o trabalho musical que tive a orientação do Pedro Vidal que fez um trabalho espetacular na série enquando diretor musical.

– Sei que Rui Veloso é um dos seus grandes ídolos… Sentiu uma grande responsabilidade com este desafio?

– Claro! Habitualmente defendemos todas as personagens que fazemos, com unhas e dentes, esta ainda mais, por ser uma grande referência para mim.

– E Rui Veloso, já lhe transmitiu algum feedback?

– O Rui começou por me dizer, antes de começar a gravar, que não me achava nada parecido com ele. Depois de começar a gravar, ia-lhe enviando umas fotos e ele acabou por mudar de opinião. O feedback do Rui foi bastante positivo, o que me deixou com a sensação de dever cumprido, pelo menos até agora… A família e amigos agora têm mais uma piada para fazer comigo, passei de Tiago a «Chico Fininho» ou a «Gaudêncio» entre os amigos… Mas o comentario mais comum que tenho recebido é a nivel de imagem e de expressão ser muito parecido com o Rui. Foi muito engraçado que, num dia de gravações, reparei que a Margarida Carpinteiro não parava de olhar para mim, e disse-me «Faz-me muita confusão olhar para ti. Eu conheci o Rui nessa altura e estás igual a ele! Parece que voltei atrás no tempo!».

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– Entretanto a RTP alterou o horário e o dia de exibição da série. Os Filhos do Rock vai agora para o ar aos sábados, por volta da meia-noite. Não acha que é um horário algo tardio?

– Acho que é de facto um horário tardio, mas quantas vezes não ficamos acordados até mais tarde para ver aquele filme ou aquela série que gostamos muito? A série com o argumento e qualidade que tem, merecia um horário melhor. Felizmente a internet já facilita as coisas e deixa-nos ver os episódios online.

– Que avaliação faz do atual panorama da televisão portuguesa?

– Este assunto sempre foi muito debatido e especulado. A opinião geral é que vivemos num sistema viciado, em que os modelos viram atores e os atores estudam para desempregrados efetivos, com possibilidades de estágios não remunerados em teatro. Não deixo de concordar em parte com o que é esse clichê, mas acho que como na enfermagem, como na arquitetura, como na política, para que alguns trabalhem há sempre quem fique desempregado, ou que fique apenas com o sonho de um dia poder chegar lá.

– Mas com trabalho e dedicação…

– Com trabalho e com dedicação tudo é possível, infelizmente para se sobreviver nesta área é preciso ter duas componentes extra: paciência e persistência. Felizmente tenho tido sorte e, com a ajuda fundamental da minha agência, tenho conquistado vários objetivos que tinha traçado. A minha lista de objetivos nunca fica mais curta, sempre que alcanço um, outro novo surge. Descrevo-me sempre como ambicioso, e o facto é que ambiciono sempre mais naquilo que amo fazer.

– Futuramente, que projetos gostaria de vir a desenvolver?

– Pretendo trabalhar na área que me faz feliz e me deixa realizado. Claro que passa por televisão e cinema, nunca esquecendo o teatro, e sempre com a música no bolso. Como costumo dizer: «surjam propostas». De futuro talvez venha a surgir um CD, e continuar com a minha infindável lista de objetivos enquanto ator. Considero-me um sortudo por ter tido sempre oportunidade de trabalhar no que gosto.

– Obrigado pela entrevista, Tiago. E que a sua «infindável lista de objetivos» nunca pare de crescer, isso é bom sinal.

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Tiago Garrinhas é Rui Veloso na série «Os Filhos do Rock»
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