fbpx

A Entrevista – Bruno Gagliasso

Diana Casanova
8 min leitura

Destaque2_Bruno Gagliasso

32 anos de vida, 24 desde que se estreou na televisão. Bruno Gagliasso é apontado como um dos mais talentosos atores da sua geração, tendo sido presença constante na antena da Rede Globo. As Filhas da Mãe, Celebridade, América, Paraíso Tropical, Caminho das Índias, entre tantos outros projetos, e mais recentemente, Joia Rara e a série Dupla Identidade. Numa fase em que compete na categoria de melhor novela para um Emmy Internacional, Bruno Gagliasso também vive «um dos maiores desafios» da sua carreira ao interpretar o serial killer em Dupla Identidade.

Bruno Gagliasso Entrevista

Joia Rara estreou recentemente em Portugal. O que podem os portugueses esperar desta produção?

Além de uma história de amor proibido, Joia Rara é também o retrato de uma época e suas relações políticas, trabalhistas e emocionais. Tenho a certeza de que os portugueses vão gostar.

O Bruno interpreta o protagonista Franz, um jovem que se vê afastado da família durante um largo período. Como se preparou para este desafio emocional?

Muito estudo e preparação para entender o momento histórico, a curva do personagem, seus desejos, seus princípios e o espírito do tempo em que se passa a história.

Além disso, o próprio pai – o vilão Ernest – faz-lhe a vida num inferno. Como foi viver esta relação conflituosa com a personagem de José de Abreu?

Conflito entre pais e filhos é um clássico na literatura, na TV, nos cinemas, e viver essa história com José de Abreu foi um privilégio.

Também teve a oportunidade de viver o pai da pequena Pérola, personagem interpretada por Mel Maia. Como foi trabalhar com uma tão jovem atriz?

Foi uma relação maravilhosa. Eu a chamava de filha e ela me chamava de pai. Era uma relação de muito carinho, respeito, e não era nada difícil. A Mel é um fenómeno, um ser iluminado, a gente brincava que ela tem um pouco da Pérola.

A multiculturalidade é uma constante na trama. O que mais o fascinou em todo o processo?

Um dos grandes privilégios do meu trabalho é poder viver diferentes culturas e histórias pelos olhos de cada personagem. Isso me fascina.

Como decorreram as gravações de Joia Rara nos Himalaias?

Eu fiquei 30 dias entre o Nepal e o Chile. Foi incrível. A viagem para o Nepal foi uma das mais enriquecedoras da minha vida. Acho até que foi a mais. Apesar de lá ser extremamente pobre a gente não se sente ameaçado por isso.

Teve oportunidade de visitar em lazer alguns dos locais mais emblemáticos do Nepal?

Sim, foi uma viagem que mudou minha vida.

O budismo é um dos temas fortes da novela. Acha que Joia Rara acrescentou uma nova visão sobre o budismo?

Sim, pude aprofundar meu conhecimento sobre o tema, e isso me deu uma visão mais próxima da realidade.

E depois do esforço, chega o reconhecimento, com Joia Rara a estar nomeada para um Emmy Internacional. Esperavam esta nomeação?

Não posso mentir, tinha essa expectativa sim. Joia Rara juntou muitos dos melhores profissionais da televisão brasileira, tudo feito com muito cuidado e padrões internacionais. Eu tinha certeza de que esse trabalho seria reconhecido.

Acreditam que a novela pode vencer?

Sem dúvidas.

O que esta nomeação significa para si em particular?

Orgulho e privilégio em fazer parte deste time e desta obra.

Também Dupla Identidade já estreou em Portugal no canal Globo,. O que acha que distingue a série de outras produções e poderá cativar os portugueses?

Vale a pena assistir porque é uma série feita com muito cuidado, muito capricho, por gente que quer fazer a diferença e que quer levar ao público um produto de primeira linha. A série questiona, faz o público pensar em respostas que nem a ciência e nem a psicologia sabem. Eu acho que é isso justamente que fascina o público.

O Bruno disse que tinha sido você a escolher a série e não o contrário. Porquê este interesse pelo projeto?

Gosto de desafios, por isso que pedi para fazer o teste. Há muitos anos que eu não fazia um. Acho que o último foi em Celebridade. E eu me senti tão bem por fazer este teste para a série!

Esta não foi a primeira vez que trabalhou com Glória Perez. É fã das suas histórias?

Tenho um histórico com a Glória, ela é a minha «mãe» na televisão e sempre me convida. Mas, dessa vez, eu é que fui atrás e isso me deixa muito feliz.

Apesar da autora querer um perfil mais velho, como acha que convenceu Glória Perez que era a pessoa indicada para o projeto?

Me preparei muito. Me sinto muito orgulhoso por saber que foi uma conquista. Tenho muito orgulho em ser parte desse projeto.

Ao longo do processo de preparação para as gravações foi possível acompanhar através das redes sociais que o Bruno viu/leu «tudo» o que havia para ver e ler de histórias de serial killers. Acha que este pode ser um dos maiores desafios da sua já longa carreira?

Sem dúvidas o Edu é um dos personagens mais importantes da minha carreira até então, e um dos maiores desafios.

Quais foram as suas principais referências/inspirações para este projeto?

A gente estudou muito, a fundo. Ficamos dois meses estudando as cenas e as intenções de cada uma. Lemos bastante, vimos filmes e séries de TV, palestras, etc. Também analisamos casos reais, tanto no Brasil quanto fora.

Embora com um intervalo temporal, o Bruno salta de um galã para um serial killer. Achou importante esta mudança? Pretendia descolar-se de Franz?

Busco bons personagens. Não faço um planeamento muito baseado em perfis ou arquétipos, mas sim no que cada personagem me oferece como desafio.

E depois de Dupla Identidade, o que gostaria de fazer a seguir em televisão?

Existem vários personagens que eu gostaria de fazer, pois existem vários tipos de seres humanos. Gosto de interpretar papéis diferentes de mim, e também distantes uns dos outros.

O Bruno tem feito vários filmes nos últimos anos. O cinema é um mundo que o fascina?

Sim, sem dúvida e cada vez mais.

Alguma vez equacionou tentar a sua sorte no exterior, seguindo o exemplo de Rodrigo Santoro?

Acho que o Brasil e a língua portuguesa ainda têm muitos personagens e trabalhos gratificantes para me oferecer. Não tenho essa ambição de tentar a sorte no exterior.

Que mensagem gostaria de deixar aos seus fãs portugueses? Prevê uma visita em breve ao nosso país?

Eu sou apaixonado por Portugal. Passei o último Natal aí e quero muito voltar. Em toda a minha vida fui sempre muito bem acolhido aí. Nunca vi no mundo lugar tão receptivo.

Redatora e cronista