fbpx

A Entrevista – Tony Valcálcer – Be Bike

Pedro Vendeira
7 min leitura

Tony-Valcalcer-Be-Bike

A&E estreou em exclusivo, Be Bike, a série de seis episódios que acompanha o quotidiano da loja oficina Barceloneta Bikes, situada em pleno coração do bairro de Barceloneta, um dos mais carismáticos de Barcelona.

Leia de seguida a entrevista feita ao protagonista da série, Tony Valcálcer.

Como surgiu a ideia de criar a Barceloneta Bikes?

Fui toda a vida um apaixonado por bicicletas e, depois de ter estado muito tempo ligado ao desporto e à área dos eventos, cheguei à conclusão que queria dedicar-me a algo mais tranquilo. Ter uma loja significava poder “assentar poiso” num sítio e ter uma vida mais calma.

Recordas-te da tua primeira bicicleta?

Sim, claro, tive a minha primeira bicicleta aos seis anos. Era verde e foi presente da minha avó, que vivia na Galícia. Nessa altura já vivia em Barcelona, e lembro-me que quando ia para casa dos meus avós, passava o dia a andar.

Quando é que te tornaste um aficionado?

Creio que foi por volta dos 17 anos que comecei a olhar para a bicicleta como uma filosofia de vida, e comprei a minha primeira bicicleta de montanha, que custou 15 mil pesetas (cerca de 90 euros). Nessa altura conheci uma pessoa que tinha uma pequena oficina perto do sítio onde eu estudava e, depois das aulas, em vez de ir para os bares, ia para lá com amigos que também tinham a mesma paixão, e por lá nos entretínhamos.

O que é que mais te fascina no universo das bicicletas?

Gosto da sensação de liberdade. Quando controlas a bicicleta, tens a sensação de que podes fazer tudo com ela, e impões-te sempre novos desafios. Para mim é o melhor veículo, o mais barato, o mais ecológico, o que te leva a lugares onde outros veículos não chegam.

Qual foi a maior distância que já percorreste em cima de uma bicicleta?

Percorri várias vezes o caminho de Santiago: 800 quilómetros em dez dias.

O que dirias às pessoas que não conhecem a Barceloneta Bikes?

Que somos uma loja diferente, que olha para as bicicletas de um ponto de vista completamente distinto. Dizemos sempre aos nossos clientes que, antes de adquirirem uma, têm de sentir-se atraídos por ela. Se sonhas com uma bicicleta, nós realizamos o teu sonho.

Como reagiste quando a El Terrat te propôs fazer uma série que retratasse o dia-a- dia da loja?

Nessa noite nem dormi (risos). Sou uma pessoa humilde, que nunca aspirou ter fama e lembro- me que a primeira coisa que pensei foi ́o que é que a minha mãe vai pensar disto?`. E a decisão não era só minha, porque na Barceloneta somos uma equipa. No final, chegámos todas à mesma conclusão: que era a melhor forma de mostrar ao mundo o que fazemos e o que nos move.

Acreditas que a série vai fazer com que as pessoas olhem de outra forma para o universo das bicicletas?

Para nós o ideal seria que toda a gente se deslocasse de bicicleta, que não existissem carros. Vimos na série uma oportunidade de mostrar a nossa ideia, a nossa paixão. Esperamos que Be Bike faça despertar algo nas pessoas… nem que seja conseguir que, durante 25 minutos (tempo de duração de cada episódio), entrem no nosso mundo, compreendam a nossa visão e a partilhem com os amigos.

Já tinhas tido alguma experiência como ator?

Já tinha alguma experiência em frente à câmara, mas nada com esta dimensão de ser protagonista. Nem sequer tinha essa presunção. Ao princípio foi um bocado estranho, mas o facto de estarmos entre amigos e de toda a equipa se ter tornado uma família, fez com que tudo acontecesse de forma espontânea.

A fama assusta-te?

Mais do que receio de ser reconhecido, acho que tenho vergonha. É estranho quando vou na rua e vejo um cartaz de divulgação da série com uma foto minha, e ainda não me consigo imaginar a ser abordado por pessoas que não conheço.

Consegues eleger o projeto/ a transformação que mais gozo te deu fazer?

Tivemos vários desafios que vão ser retratados na série, e é difícil eleger apenas um. O mais complicado e que, de certa forma, mais nos atraía, era o tema da bicicleta carga, porque era o tipo de projeto que nunca tínhamos feito. Se me pedirem para eleger o mais bonito, aquele com o qual mais me identifiquei, vem-me logo à cabeça o que fizemos para o Cristian, um arquiteto de 74 anos (episódio 6).

Gostavas de expandir o negócio e abrir mais lojas?

O trabalho que temos neste momento absorve-nos a cem por cento e queremos fazer tudo bem feito. No futuro, logo se vê.

Ter uma bicicleta personalizada é o mesmo que adquirir “aquele” carro com que sempre sonhaste?

É como mandares fazer um vestido por medida. Também podes personalizar o teu carro, é certo, mas personalizar uma bicicleta é algo muito mais sentimental.

Podes falar-nos um pouco da iniciativa que acontece todas as quartas-feiras?

Todas as quartas-feiras, depois de a loja encerrar, reunimos um grupo de amigos e vamos dar uma volta de bicicleta. Fazemos um percurso diferente pela cidade todas as semanas, que termina, invariavelmente, num bar, onde bebemos umas cervejas, comemos umas tapas e falamos sobre bicicletas. Começámos por ser 15/20 pessoas e agora, no mínimo, conseguimos juntar 100. Houve um dia que tivemos um grupo de 260! É muito giro e toda a gente se sente bem, porque todos estão ali para o mesmo e o sentimento de comunhão é enorme.

Siga-me:
Amante da tecnologia e apaixonado pela caixinha mágica desde miúdo. pedro.vendeira@atelevisao.com