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A Entrevista «Masterchef» – Leonel

David Soldado
7 min leitura

Destaque1 Leonel A Entrevista «Masterchef» - Leonel

A escolha desta semana recaiu em Leonel. Expulso na nona semana do Masterchef, o técnico de saúde afirma que o futuro passa agora pela cozinha. «Portugal perdeu um técnico de saúde para ganhar um chef de cozinha», afirmou ao site A Televisão. 

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O Leonel é técnico de saúde. O que é que leva um técnico de saúde a candidatar-se ao Masterchef?

Foi mesmo o gosto pela cozinha. Desde miúdo que gosto de cozinhar, ao longo do tempo fui percebendo que era uma grande vontade entrar no mundo da cozinha. Como acompanhei o Masterchef dos outros países e a edição anterior [portuguesa], acabei por perceber que podia ser uma oportunidade para enveredar pela cozinha e pelo sonho que sempre tive – que é mostrar o que eu valia na cozinha.

Depois desta aventura, Portugal perdeu um técnico superior de saúde e ganhou um chefe de cozinha?

[risos] Acredito que isso poderá acontecer. Para já, vou tentar caminhar nesse sentido, mas o mais certo é Portugal perder um técnico de saúde e ganhar um chef de cozinha, sim [risos]

Conciliar as duas áreas será certamente difícil.

É difícil… Entretanto, isso vai acontecer, até porque assumi uma responsabilidade no atual trabalho e sou uma pessoa de levar isso avante. Mas a médio/longo-prazo acredito que a minha vida possa mudar.

Sei que gostas de cozinhar com os produtos da terra. Podemos considerar-te um homem do campo?

Eu sou um homem do campo. Aliás, vim de lá mesmo. Sou transmontano, identifico-me muito com isso. Sou um defensor dos produtos transmontanos e dos produtos da terra – se bem que quase todos vêm da terra! Um bom chef tem que perceber  e conhecer a gastronomia do país e do mundo, digamos assim. A minha vontade foi sempre mostrar os produtos transmontanos e poder cozinhá-los e apresentá-los de uma forma diferente.

Então, um bom chef deve fazer o chamado «trabalho de casa»?

Pelo que me vou percebendo, um bom chef tem mesmo de conhecer a história dos produtos – de onde eles vêm, como é que eles são…

É a segunda vez que concorres ao programa. Podemos considerar-te persistente e lutador?

Em 2014 fiquei nos 500 no mega-casting. Considero-me uma pessoa persistente e por isso mesmo concorri no segundo ano. No entanto, estive ali num impasse («vou ou não vou»), até porque o pré-casting não me tinha corrido muito bem. Tinha muito trabalho para fazer e cheguei a casa um pouco cansado. E então acabou por me desmotivar um bocadinho e pensar duas vezes em voltar a candidatar-me. Mas sentei-me e pensei: O sonho e a vontade era muita!

Já foi uma vitória estar nos 15 finalistas?

A minha participação apanhou-me ali num período com bastante trabalho. Conciliar as duas coisas foi difícil, mas consegui. E quando percebi que estava nos 15 finalistas, para mim já foi uma vitória, sem dúvida.

Em relação aos jurados, foram sempre justos contigo ou houve algum momento que foi contra os teus ideais?

Eles foram sempre justos. Quem sou eu, um mero aprendiz, para questionar os chefs. Nunca achei que fossem injustos.

3 A Entrevista «Masterchef» - Leonel

Chegaste longe, mas acabaste por ficar pelo caminho. Sais do programa derrotado? 

É uma mistura de sentimentos. Por um lado, é um sentimento de sonho cumprido, perceber que o programa é o início de alguma coisa – de alguma mudança –, e não o fim. Ou seja, a ida para o programa não era pelo facto de querer aparecer ou mostrar o Leonel, não; era a oportunidade do Leonel enveredar pelo mundo da cozinha. Sempre foi a minha perspetiva. No entanto, depois de ter chegado tão longe, vemos ali o sonho a desmoronar-se, porque também sei o valor que tenho.

As saudades da família prejudicaram a tua prestação?

O facto de estar longe da família, deixou-me um bocadinho menos à vontade e mais nervoso e foi isso que acabou por ditar a minha saída. Não consegui lidar com a pressão e com tudo isso, de estar fechado… Eu gosto de sair, de espairecer, fazer desporto, ir ao campo e nestes tempos ficámos um bocadinho afastados.

Ficaste isolado e tiveste que viver na mesma casa com pessoas estranhas. Qual é a opinião que tens acerca da Marta, a concorrente mais polémica desta edição? 

A Marta é a Marta. Nunca entrei em conflito com ela, mas é o feitio dela. Agora que acompanho o programa, vejo que não me enganei quando percebi que a Marta tem um feitio especial. Ela não é frontal.

O que é que dizem os teus amigos e familiares acerca da tua prestação?

Muito pouca gente sabia que eu ia concorrer. Só se aperceberam quando eu deixei de dar notícias e em casa também foi um bocado assim. Claro que os meus pais achavam que na altura era uma loucura eu deixar o trabalho porque era um trabalho de saúde e um lugar agradável que se calhar muita gente queria estar (num lugar de chefia). Eles acharam que eu era louco ao enveredar por esta aventura, mas depois apoiaram-me.

Para terminar, o teu futuro passa agora por onde?

Primeiro vou ter que perceber como é que as coisas estão no mundo do trabalho, organizá-las e prepará-las para uma eventual saída. Pretendo continuar este sonho e agarrar com unhas e dentes todas as oportunidades que por aí venham para me tornar, quem sabe, num chef profissional.

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Redactor.