Provados os oito pratos da Prova de Eliminação, a escolha dos jurados recaiu em João Macedo. O chef de sala abandona assim o Masterchef Portugal na sua quinta semana de competição. Ainda assim, promete não desistir! «Tenho um emprego fixo, mas quero e posso dar mais», revela na sua primeira entrevista dada após a sua eliminação.
Defines-te extrovertido, vaidoso e confiante, pelo menos são estes os adjectivos usados na tua apresentação. Aos 32 anos o que te fez inscrever no Masterchef Portugal?
Não fui eu que me inscrevi, foi a minha mulher, Filipa. Ela inscreveu-me porque sabe que cozinhar é uma paixão que eu tenho. Cozinho sempre que tenho oportunidade, adoro cozinhar, tenho certo jeito para isso [risos]. A minha família é cabo-verdiana e desde miúdo que tive várias influências gastronómicas. A minha mãe é uma grande cozinheira, o meu pai também com os seus petiscos africanos. Quando era adolescente, ia ter com ele, via aquela magia toda que existia na cozinha e isso fascinava-me.
A tua esposa e o teu filho, ainda que tenha 14 meses, são os melhores críticos que podes ter?
[risos] A minha esposa, claramente, tem de levar com as minhas experiências em casa. A minha família é quem me apoia, crio a magia e são eles que testam isso tudo. O maior pilar é a família, mas também dou muito valor aos meus amigos, Tenho um grupo forte. Desde a escola que estamos sempre juntos, partilhamos momentos e problemas da vida.
Tens um emprego fixo no Hotel Mundial como chef de sala, ainda assim esse cargo não te satisfaz. Devemos sempre seguir os nossos sonhos, independentemente dos obstáculos?
Claramente! A vida é feita de obstáculos e temos duas opções: ou estabilizamos e contetamos e não ultrapassamos os exercícios da vida, ou então vamos sempre à procura do melhor porto de abrigo. A minha ideia é essa, tenho um emprego fixo, mas quero e posso dar mais.
E o que é «esse mais»?
Sempre tive o sonho de abrir o meu espaço porque eu adoro receber pessoas, adoro estar com pessoas e adoro ver as pessoas a rir. Com esta experiência no Masterchef, o sonho fica mais aceso, completamente. Esta ida, esta troca de conhecimento e de ideias com alguns ex-concorrentes ainda abre mais o apetite de criar algo fantástico.
A cada semana que passa, a pressão aumenta no Masterchef Portugal. A exigência e o rigor fazem um bom chef?
Claramente! O Masterchef Portugal foi uma pressão que nunca tinha vivido na minha vida. Já tinha situações na minha vida, tanto no futebol como no trabalho, mas nunca tinha sentido uma pressão como esta. Neste caso, não temos 100% de certeza do que fazemos, ao fim ao cabo, não somos profissionais.
O facto de serem amadores, dá mais margem para erro?
Principalmente isso, como sentimos uma pressão tremenda, às vezes as nossas decisões não são tão acertadas. É um conjunto de factores que nos leva a tomar as decisões, seja na vida, seja na cozinha. A nossa vida profissional é feita de decisões e este programa tem a particularidade de termos muito pouco tempo para tomarmos decisões. Então a margem de erro aumenta.
És o terceiro concorrente expulso. Valeu já a experiência por ter estado perante dois chefs consagrados e, com isso, ter «absorvido» conhecimento?
Completamente, a vida é feita de experiências. Temos é de tentar retirar o melhor aproveito dessas experiências. Ser o terceiro, ser o primeiro, já foi uma conquista estar nos 15 concorrentes finalistas. É fantástico. Isto é um prazer e uma paixão que eu tenho, chegar tão longe é bom, dá-me mais confiança. Como qualquer pessoa, ficamos sempre um bocado tristes e frustrados porque na derrota nós analisamos os erros e queremos dar mais. Mas ao mesmo tempo, fiquei satisfeito por ter estado nesta experiência.
Com a tua expulsão, o que ficou por mostrar?
Queria ter mostrado mais as minhas qualidades, não tive tempo de fazer as comidas que mais gosto. Gosto muito de fazer as minhas comidas mais mexicanas e africanas, mas aquilo era um desafio e nós temos que cumprir. A cozinha portuguesa não é a minha grande especialidade.
As gravações já terminaram. Quem é merecedor do título de Masterchef de Portugal?
Eu já sei quem foi [risos]. Quem eu gostava que ganhasse? Naturalmente alguém do meu grupo que criei lá em casa, criou-se um grupo muito forte: eu, o Pedro, o Márcio que é meu amigo de infância e a Vânia. Com a minha eliminação, gostaria que ganhasse o Márcio.
Muitos dos concorrentes da primeira edição garantiram que a sua passagem pelo programa mudou-lhes a vida. Esperas que o mesmo aconteça a ti?
Espero que o programa altere algo na minha vida profissional, mas não vou ficar à espera de braços cruzados. Espero que dê um empurrão.
