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A Entrevista – Isabelle Drummond

Diana Casanova
7 min leitura

Imagem_ Isabelle Drummond

Além de termos falado com o casal de Sete Vidas (em exibição diariamente no canal Globo) – Isabelle Drummond e Jayme Matarazzo – estivemos também à conversa com cada um deles e o tema foram as suas carreiras.

Com uma vasta experiência já, apesar da tenra idade, Isabelle Drummond mostra-se muito certa do seu percurso, realçando a aprendizagem e ao mesmo tempo falando da infância diferente que teve. Leia em seguida a entrevista da atriz ao A Televisão.

Um dos trabalhos da Isabelle que teve maior repercussão foi Cheias de Charme. Esperava esse sucesso todo?

Era uma novela bem diferente e tinha um tema assim que é bem popular no Brasil. A música que eles chamam de Tecnobrega é uma coisa muito forte hoje lá. Então a gente tinha noção que era um tema popular mas a gente não sabia como ia ser recebido pelo público. A gente esperava que ia ser bem recebido mas foi mais, muito mais do que a gente esperava. Na época, no horário, a audiência foi em alguns momentos até maior do que a do horário nobre, que era depois da nossa. Então isso foi um fenómeno para todos nós.

E é para repetir a experiência no mundo da música? Gostou da vertente musical do projeto?

É, foi bom para mim aprender um pouco também de música. A gente fez aulas de canto e foi bem desafiador assim, atuar cantando. E a coisa do palco que era bem diferente para mim, mas tudo fazia parte da história que a gente estava contando. Foi gostoso. Aprendi um bocado. Na época foi bem difícil, mas eu levei bastante maturidade dessa novela em vários aspetos profissionais.

Como por exemplo?

Como a coisa do improviso. Em muitas coisas a gente tinha de criar. Por exemplo nos clipes. Eu nunca tinha feito clipes musicais, então tinha momentos que eles queriam uma coisa que fosse exclusivamente nossa, então tirava a coreografia e deixavam a gente sozinha num cenário – «Agora faz alguma coisa aí». Então é uma coisa de desconstruir aquela coisa que o ator tem. A gente segue um roteiro e quando sai o roteiro, o que fazer? Isso para mim foi uma coisa que me libertou muito. Eu era muito tímida, então, como atriz também me libertou, me amadureceu. E em várias outras coisas. Muitas coisas a gente criou durante o processo. O convívio entre nós. Eu era muito nova, tinha acabado de completar a maioridade. Bom, eu aprendi um bocado.

Em Sete Vidas já não há tanto improviso.

É, porque em Sete Vidas, além de ser mais séria e pé no chão, porque Cheias de Charme tinha uma liberdade de fazer coisas que até não existem, por exemplo. A gente podia fazer o que quisesse. Claro que havia uma história, mas muita coisa foi aberta, e dependia da resposta do público.

Sete Vidas já estava quase toda escrita, então a gente já sabia mais ou menos o que ia acontecer depois, o que é muito legal e muito raro nas novelas. A Lícia [Manzo] tinha quase toda uma novela escrita, que era para ser uma série e que virou novela. Então a gente já sabia a linha a seguir, era diferente.

E agora tem-se falado num filme. Pode avançar-nos alguma informação?

O roteiro já está pronto. A gente já leu mas ainda não começámos a filmar. Vai ser só no ano que vem, mesmo.

Voltando atrás na sua carreira. Esteve durante seis anos no Sítio do Picapau Amarelo. Como foi essa experiência? Foi uma aprendizagem?

O Sítio foi. Quase tudo o que eu aprendi foi ali, porque também foi numa fase em que se aprende muito – a infância. É quando a gente absorve quase tudo do mundo ao nosso redor. Eu acho que foi o momento de mais aprendizado assim na minha carreira até hoje. Em outras idades aprendi outras coisas, as pessoas me trataram de forma diferente. Então foi uma infância misturada com um aprendizado profissional.

Sente que perdeu algo da sua infância?

Cada infância é diferente. A minha talvez tenha sido um pouco incomum em relação à dos meus amigos, por exemplo, mas tem várias crianças que têm vidas diferentes e atuar foi uma escolha minha. E eu gostava muito de brincar, então eu brincava e trabalhava ao mesmo tempo.

Sempre sentiu que era esta a carreira que queria seguir?

Eu não tinha muito a noção de carreira. Criança não sabe muito o que quer. Tem vários desejos, mas não sabe muito o que é uma carreira. A gente quer ser cantora, eu queria ser veterinária, astronauta… Você não sabe como isso depois se desenrola. Então eram desejos momentâneos. Eu gostava de atuar, gostava de novelas. Aquilo para mim era, além de um desejo, uma forma de expressão minha. Aquilo entrava em mim assim. Eu gostava de contar histórias, eu gostava de viver aquelas histórias. O Sítio, por exemplo, para mim era uma delícia de viver, pois tinha muitos contos e coisas que as crianças se encantam. Então, acreditava naquilo um pouco.

Conseguia fazer parte das histórias que as outras crianças só liam.

É, conheci um monte também que eu não conhecia, mas ao mesmo tempo tinha a coisa do trabalho, dos horários, do ter de conciliar com a escola… tinha as suas complicações, assim como tudo na vida. Mas eu gostava até à hora que eu não quis mais fazer o Sítio e aí não fiz mais. Mas fiquei bastante. Seis anos é muito para uma criança fazer a mesma coisa.

Pode recordar A Entrevista com os dois atores aqui e aqui. A conversa com Jayme Matarazzo sobre a sua carreira será divulgada em breve no A Televisão. Fique atento (a).

Redatora e cronista