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A Entrevista – Catarina Furtado, Chefe Cordeiro e Chefe Kiko

A Televisão
7 min leitura

Cookoff

No novo programa de culinária da RTP, Cook Off – Duelo de Sabores, Catarina Furtado, o Chefe Cordeiro e o Chefe Kiko levam-nos numa viagem, de norte a sul do país e ilhas, que tem como objetivo encontrar os melhores sabores de Portugal.

Qual é a grande novidade deste novo programa de culinária?

Catarina Furtado: Eu acho que há uma novidade muito importante, que é o facto de os concorrentes não se candidatarem. Ou seja, normalmente quando é um concurso, nós abrimos as inscrições e as pessoas podem candidatar-se. No caso do Cook Off, não é assim que acontece. Em cada região, o chefe Cordeiro ou o chefe Kiko vai à procura dos seus cozinheiros amadores e insiste com eles, faz uma espécie de uma «sedução» para os convencer a serem um dos quatro concorrentes de cada equipa. Isso é muito curioso, porque são pessoas que não têm esta vontade imediata de querer concorrer a um concurso de televisão, mas têm a sabedoria e têm as características ideais para participarem neste formato. A outra grande novidade tem a ver com o facto de nós não termos estúdio. O programa é todo feito nos exteriores.

Chefe Cordeiro: A grande diferença é fundamentalmente o nós entrarmos pelo país adentro. Portanto, isto não é um programa gravado em estúdio. Cada combate de regiões, nós temos que montar um estúdio (andamos sempre com a casa às costas). É um programa mais difícil de fazer, mas para nós, andarmos de região em região e a descobrir pessoas, a descobrir pratos, a descobrir produtos… Há cantinhos maravilhosos, de praias, de paisagens, de sítios paradisíacos.

Chefe Kiko: Este programa é muito mais do que culinária, gastronomia e comida. Este programa utiliza a gastronomia para conhecer e para mostrar as histórias do nosso Portugal. Se pensares bem qual é a parte que gostas mais na comida, muitas vezes é estar à mesa, é muitas vezes poderes jantar com os teus amigos e com a tua família; muitas vezes, o sabor sabe-te melhor ou pior conforme a amizade e conforme o ambiente que gira à volta de uma mesa. Aquilo que nós fazemos é, no fundo, sentarmo-nos à mesa com várias pessoas por Portugal e partilhar com elas, contar a história delas.

Catarina, mais do que apresentadora, também és moderadora. Fala-me um pouco sobre o teu papel.

CF: No fundo, eu sou mais a babysitter do chefe Cordeiro e do chefe Kiko. Pois bem, eles passam a vida às turras. Eles são uns embirrentos e uns birrentos, porque basicamente querem ganhar. Os dois não gostam de perder nem a feijões. E portanto, cada vez que vamos para um duelo, cada um deles tem a sua equipa e defende a sua região. Por isso, competem ferozmente. Depois, no final, eles ficam imparciais e são membros do júri, juntamente com um convidado especial. Mas o que eu sou sobretudo neste duelo de sabores é uma viajante por Portugal, não só pela gastronomia do nosso país, mas pelas terras do nosso país. O Cook Off funciona como uma montra de gastronomia e até de retirar do baú algumas das receitas mais antigas. Para além disso, mostra as nossas paisagens, o que de melhor nós temos.

E qual é o papel dos chefes neste duelo de sabores?

CK: O nosso papel é um papel de descobrir os talentos nas cidades, vilas e aldeias por onde vamos passando. E depois mostrar aos portugueses os saberes e sabores que eles têm. Por fim, há um duelo e vamos a jogo. Aí vamos para a bancada e deixar de ser elementos da equipa e até mesmo treinadores. Temos que ser imparciais e somos imparciais na parte da avaliação.

O Cook Off buscar um pouco das tradições do país…

CF: Sim, isso acima de tudo. Mas atrás de uma receita antiga, há alguém que herdou essa receita, que a pratica, que tem a história dessa receita e da sua vida, no fundo. E isso nós abrimos um bocadinho o baú dessas histórias antigas, levantamos o véu às histórias da vida das pessoas e abrimos o apetite. Eu acho que os espetadores vão ficar com um apetite muito aberto e com o paladar requintado também.

Como é que estão a correr as gravações?

CF: Muito mal. Pessimamente. Eu já não consigo aturar os chefes. Eles tratam-se muito mal. A produção é péssima.

Está tudo mal então…

CF:  Acha que eu estaria com este sorriso se não estivesse tudo a correr muito bem? Está a correr lindamente, é um programa muito difícil de ser feito, porque exige esta flexibilidade em que uma equipa inteira anda que nem ambulante (somos uns turistas, mas sempre a trabalhar). Acabo por não ver muita coisa, mas sinto as pessoas, que isso é importante. É um trabalho difícil, mas que eu acho que francamente os espetadores da RTP vão gostar muito.

O que é que te está a dar mais prazer neste projeto?

CF:  Primeiro, as pessoas (uma equipa execional, os chefes que são muito queridos). Depois, a comida, que eu gosto de provar tudo.

Já disseste várias vezes que não gosta de cozinhar. Portanto, és uma cara da culinária, mas sem cozinhar.

CF:  Como! Mais do que cozinhar, o essencial é apreciar a comida. Eu sou muito apreciadora de comidas. Sobretudo gosto muito de provar de tudo, não sou nada esquisita. Gosto de estar à mesa, fui educada a estar à mesa, as refeições são longas…

O que é que ainda te falta fazer em televisão?

CF:  Eu não sou muito ambiciosa. Acho que ao longo destes quase 25 anos de carreira não podia ter tido melhor carreira, não podia ter feito mais coisas. Eu sinto-me uma privilegiada: fiz ficção, documentários, programas com crianças, programas de culinária, programas de talentos… É uma diversidade tal que estou muito contente. Gostava de continuar a fazer documentários.

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