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«Príncipes do Nada IV»: Último episódio é transmitido esta quinta-feira

David Soldado
3 min leitura

Catarina Furtado despede-se esta quinta-feira, dia 23, da quarta temporada do Príncipes do Nada. No último programa, a apresentadora viaja até Guiné-Bissau e Timor-Leste para conhecer novos testemunhos de vida.

Em todo o mundo, mais de 200 milhões de meninas e mulheres foram sujeitas à mutilação genital feminina (MGF). A prática existe em cerca de 50 países do mundo, com maior incidência no continente africano. No caso da Guiné-Bissau, a excisão é feita somente pelas comunidades islamizadas. A guineense Fatumata Balde é uma das sobreviventes desta prática hedionda e tornou-se, assim, numa acérrima ativista. Numa entrevista intimista com Catarina Furtado, recorda o dia da excisão.

Fatumata é membro do Comité Nacional para o Abandono de Práticas Tradicionais Nefastas à Saúde da Mulher e da Criança, organização guineense fundada em 1996. A equipa de Príncipes do Nada acompanhou ações de sensibilização nas aldeias guineenses, conversou com sobreviventes e ex-fanatecas (o nome fanateca é dado às mulheres que executam a excisão). O professor Malam Djassi, líder religioso muçulmano com grande influência, desmistifica a ideia de que a prática da excisão é uma recomendação corânica, reiterando o facto de que a mutilação genital feminina não vem no Alcorão. Uma das grandes conquistas do comité foi a promulgação de uma lei em julho de 2011 que pune e criminaliza a prática da mutilação genital feminina na Guiné-Bissau.

O último destino é Timor-Leste. Em Same, no município de Manufahi, Catarina Furtado encontra o casal de professores portugueses, Liliana Ferreira e Pedro Peixoto, que fazem parte da equipa do projeto “Formar Mais” – Formação Contínua de Professores, que conta com o apoio do Camões, Instituto da Cooperação e da Língua. Liliana ensina português, Pedro dá aulas de Cidadania e Desenvolvimento Social.

Apoiar o sistema educativo de Timor-Leste é o principal objetivo do projeto, que quer ainda garantir a reintrodução e consolidação da língua portuguesa, uma vez que é a língua oficial do país juntamente com o tétum. Em Same, Catarina Furtado e a sua equipa conhecem ainda o professor timorense Domingos, com 65 anos, que leciona português há mais de 16. É com humildade que volta a sentar-se  numa cadeira de escola, como formando do projeto “Formar Mais”.  É também junto de vários professores timorenses que a equipa testemunha a importância da língua portuguesa para a história do país e da sua independência. Já junto dos mais novos sente-se a vontade de aprender a língua portuguesa para poder conhecer Portugal e outros mundos.

 

Redactor.