A agência Lusa propôs ao Governo poder substituir a televisão e rádio públicas em regiões onde a RTP venha a extinguir delegações.
Foi através do presidente do conselho de administração da agência noticiosa, Afonso Camões, que se ficou a conhecer a proposta enviada por carta ao ministro Miguel Relvas em setembro se defendia a tese de que a Lusa tem condições para se substituir à RTP, «na medida em que a RTP entender, no país e no mundo».
Na proposta efetuada pela agência ao ministro dos Assuntos Parlamentares, a administração da Lusa «disponibilizou-se a assegurar à televisão e rádio públicas a cobertura a partir de postos onde esta venha a extinguir» delegações ou serviços, numa proposta efetuada após a denúncia do contrato de prestação de serviço público, ocorrida no início do ano.
Perante a comissão parlamentar de Ética, o administrador da agência de notícias revelou que «o discurso das sinergias é um discurso nosso, desde a primeira hora». O gestor sublinhou ainda a parceria que já existe com a televisão estatal,onde a partilha de instalações tem sido feita, «a RTP é um cliente nosso e queremos que seja mais cliente nosso», acrescentando que a Lusa é hoje «um grande produtor de conteúdos na área do audiovisual e áudio».
Afonso Camões lembrou ainda as dificuldades que a indústria da comunicação social enfrenta e que penaliza o desempenho da agência. «A Lusa poderia fazer a televisão corporativa da TAP, do Metro, das Câmaras. Não temos um problema de falta de produto, temos produtos novos todos os anos. Mas o mercado não quer ou não tem capacidade para investir neles», concluiu.