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Indefinição na privatização de um dos canais da RTP

David Ferreira
3 min leitura

Depois do semanário Expresso noticiar ontem que a RTP2 seria o canal cuja licença seria alienada, fonte do governo nega a informação e adianta que para além de não haver ainda decisão,  estão em cima da mesa “vários cenários e todos passarão pela alienação de um dos canais, como estava previsto”.

Em principio, e contrariando o artigo do Expresso e que A Televisão noticiou, a decisão será tomada “em setembro ou outubro”, e pode passar pela alienação do canal 1, do canal 2 ou uma terceira hipótese, da qual se desconhecem pormenores. Este processo é liderado pelo ministro dos assuntos parlamentares Miguel relvas, e acompanhado pelo conselheiro de estado para as privatizações, e tem os consultores eleitos Campos Ferreira e Sá Carneiro para o jurídico e a BCG e Accenture para a área estratégica, ambas as consultorias já estão a trabalhar no caso da RTP.

Na estação pública, várias são as vozes que se dividem e ponham a RTP1 como possível canal a alienar, “uma vez que é o mais valioso dos dois”, e “ficando a RTP 2, a programação terá conteúdos do primeiro canal que possam dar mais audiência” diz fonte da empresa.

Preparada está já a ser a grelha do canal único, Jorge Wemans, diretor de programas da RTP2 afirma “Tem havido debate e reflexão internos, mas nada é válido. Estamos numa fase inicial. Existe muita indefinição, muita coisa ainda não é clara. Não se pode definir uma grelha de um canal único sem se ter o novo Contrato de Concessão de Serviço Público. Aí já teremos as orientações suficientes”, diz o responsável ao jornal, que diz também ser importante a manutenção de certos conteúdos presentes na grelha do canal pelo qual tem sido responsável: espaços infantis, agenda cultural, documentários e cinema.

Uma das preocupações que reina na RTP é a gestão dos canais internacionais, Jaime Fernandes, diretor da RTP África e RTP Internacional revela estar “a preparar o plano A e B”, consoante o canal a ser privatizado, mas mostra-se preocupado, pois “Os canais internacionais serão sempre prejudicados, já que as suas grelhas são alimentadas com conteúdos da RTP 1 e da RTP 2”. Outra das preocupações prende-se com os possíveis despedimentos, “existe grande receio dos trabalhadores”, segundo fonte do canal ao jornal.

Arons de Carvalho, vice-presidente da Entidade Reguladora para a Comunicação Social considera que a venda “será sempre um erro. O mercado publicitário está reduzido. Mais um operador vai tornar as condições dramáticas.”. Preocupado, espera também que  “não seja uma venda direta e que haja um concurso”.

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