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António Raminhos estreia-se na ficção não cómica em “Depois do Adeus”

A Televisão
5 min leitura

Depois do sucesso conquistado como um dos atores de 5 Para a Meia-Noite, o conhecido humorista prepara-se para se estrear num formato que, por enquanto, ainda lhe é estranho. António Raminhos é um dos membros do elenco de Depois do Adeus, a nova série histórica da RTP, onde vai dar vida a Camilo, um jovem revolucionário.

As gravações decorrem desde ontem, e, segunda-feira, na apresentação da trama, o ator esteve à conversa com A Televisão e revelou-se bastante contente e entusiasmado com a possibilidade de se estrear em ficção não cómica.

“Isto foi um convite da SP, da Patrícia (Sequeira, realizadora do projeto) que acompanha o 5 Para a Meia-Noite e achou que eu estaria neste papel de sindicalista revolucionário que trabalha na metalúrgica com o Rodrigo (Saraiva) e que o meu próprio ar daria um bom Camilo, aliás, porque a alteração que eu tenho que fazer é pouca, eu já tenho barba e cabelo, portanto, a minha transformação não foi nenhuma. Fiquei na mesma. Foi assim que surgiu o convite, fui lá falar com eles, fiz o casting, eles gostaram, eu também gostei bastante e pronto, estou aqui”, começa por dizer António Raminhos, com um sorriso nos lábios.

E não será esta personagem também um pouco divertida, à semelhança do que tem acontecido com os papéis que tem interpretado ao longo da sua carreira? “Eu também fiquei um bocado nessa dúvida. Eu acho que, no fundo, muito do que se vivia nesta altura, para nós é cómico, para eles não era. A minha personagem tem as emoções à flor da pele. Nós até temos falado, como é que nós que não vivemos essa época, podemos transpor isso para os dias de hoje?”, questiona, respondendo em seguida: “É fácil. É aquilo que se fala hoje no futebol, pessoal que gosta muito de futebol e discute muito futebol é exactamente a mesma coisa. Quando nós começamos a falar aquelas histórias é fora de jogo, o teu clube é melhor do que o meu, as nossas histórias são fúteis, mas na verdade é onde nós pomos as nossas emoções e as personagens e algumas situações acabam por ter alguma comédia pelo meio, porque são situações de nervos à flor da pele, com situações ridículas, por exemplo, nós quando queremos pôr o patrão para fora da empresa, a achar que vamos tomar conta daquilo  e isso vai dar porcaria, qualquer coisa é motivo para sanear a empresa ou fazer uma reunião, um plenário, vive muito dessas emoções  à flor da pele. Eu e o Rodrigo estamos lá basicamente por impulsos. As pessoas dizem mata e nós dizemos esfola”, admite.

António Raminhos vai mesmo mais longe e confessa a responsabilidade de representar numa história com a carga histórica que Depois do Adeus tem: “Eu sempre fiz comédia e isto é o meu primeiro papel de ficção que nada tem a ver com comédia e o objetivo da série e do nosso núcleo é retractar uma parte importante, que foi essa parte de todos os nossos pais, ou tivemos algum familiar que participou direta, ou indirectamente nestas lutas, portanto, nós temos que conseguir mostrar que somos sindicalistas à séria e que aquela luta é importante para nós. Aliás, eu desde que comecei a estudar os guiões que não posso ver retornados à frente (risos)”.

O humorista garantiu ainda que “não” pensou duas vezes, até porque “gosto de desafios, obviamente, eu gosto muito de fazer comédia e é onde me sinto bem, onde escrevo o meu material, onde faço os meus sketches, mas obviamente quero experimentar coisas novas e a partir do momento e que surgiu este convite pensei vou pensar e arriscar pelo menos para não ficar com a dúvida na cabeça. Portanto, até se surgirem outro tipo de convites, eu gostava de experimentar, por exemplo, fazer coisas de terror, filmes de terror, porque acho que também desempenharia um bom papel e também não tinha que alterar muita coisa”.

A terminar, confirmou que vai continuar a fazer parte do elenco de 5 Para a Meia-Noite: “sim, e vai ser engraçado ver-me no momento estar a fazer uma coisa e de estar a fazer palhaçadas no 5 Para a Meia-Noite, estar numa revolução”, concluiu.

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