Em entrevista à TSF e ao Dinheiro Vivo, Alberto da Ponte, presidente da RTP admite que reagiu com «surpresa» à contratação do ex-primeiro ministro como comentador político da estação. O responsável, confirmou que a ideia partiu da direção de informação, liderada por Paulo Ferreira e confessa que quando foi informado, se questionou: «até perguntei: é o José Sócrates?».
Para Alberto da Ponte a decisão de «chamar» José Sócrates para a análise política do primeiro canal do grupo de televisão detido pelo Estado pode ser considerada «ousada», mas admite que os comentários servem dois propósitos: o de serviço público e ainda para trazer audiências à estação.
«É evidente que eu tenho sempre que assinar o contrato. Neste caso, foi fácil assinar o contrato porque o seu custo é zero», e acrescenta: «os parâmetros que a direção de informação tem que cumprir são de duas ordens: as regras estabelecidas do serviço público de audiovisiual e ajustar-se à capacidade orçamental da empresa». E qualquer um dos critérios estava «perfeitamente preenchido», esclarece.
Depois da entrevista em O Fim do Silêncio em que o antigo dirigente socialista concedeu a primeira entrevista depois da derrota nas eleições, o antecessor de Pedro Passos Coelho como líder do Governo, vai estrear-se nos comentários semanais ao lado de Cristina Esteves a partir de 7 de abril na RTP, estação que o Presidente, Alberto da Ponte, considera que tem que ser a «mais isenta» das televisões em Portugal .