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Kids

A Televisão
4 min leitura

Holofotes Kids

Serei eu uma eterna criança por, às vezes, me deparar a ver o canal Panda? Serei eu uma eterna criança por, às vezes, desejar que muitas das coisas que acontecem naqueles desenhos animados fossem verdade? Seremos todos nós eternas crianças por, um dia, termos olhado para trás e desejarmos, tão fortemente, voltar a ser inocentes e voltar a ter aquela vida onde nada nos preocupa e onde, simplesmente, tudo nos é dado?

Se os miúdos não são o que mais enriquece uma comunidade, então, neste mundo não temos qualquer esperança de melhorar. Se os miúdos não são aqueles que enchem de cores, um mundo tão cinzento, então, neste mundo, não teremos quem nos faça sorrir todos os dias nem que seja por uma vez em 24h.

Neste espaço, já aqui vos falei de como os desenhos animados podem influenciar toda uma mentalidade e todo um crescimento enquanto pessoa das camadas mais jovens da sociedade. Também aqui já elogiei a RTP2 por, em férias, disponibilizar um horário próprio com programação dedicada totalmente a eles. E também aqui já elogiei a Disney por oferecer personagens e histórias de enternecer o coração e que raramente as esquecemos devido, por isso mesmo, à carga emocional que evocam.

E, como criança que sempre serei, lá no fundo de todo o meu ser, não resisti a dar uma olhanela à programação do canal Panda. Não vos falo do Panda Biggs porque é um canal mais direcionado para as camadas adolescentes e o meu foco, esta semana, é mesmo a camada pré-adolescente.

E, por falar nessa camada mais jovem, cheguei a apanhar um daqueles mini episódios sobre um bichinho amarelo, que emitia sons, e que vagueava pela floresta na exploração dos vários componentes da mesma. Em cinco minutos, mais coisa menos coisa, vivíamos o dia daquele bichinho amarelo que, quando o sol se punha, se deitava no seu belo girassol para dormir.

Esta visão, talvez ingénua demais, da vida é realmente o que os miúdos precisam no princípio da sua vida e fomentar uma boa infância sem qualquer trauma ou malformação da sua psique. E, claramente, quem teve uma infância feliz, certamente se regozija, hoje em dia, por mais mal que esteja o mundo e a sua vida, que em certa altura, fora feliz.

Não consegui perceber qual era a produtora dos desenhos animados do bichinho amarelo e isso colocou-me a pensar se teríamos potencial para desenvolver desenhos animados tão queridos e tão instrutivos que nos fizessem felizes nem que seja por ter feito bem a uma só criança. E pergunto eu: num mundo dominado pelos animes ou por os bonecos de guerra ou até mesmo por bonecos sem qualquer estética ou com histórias tão inapropriadas para estas nossas crianças, nosso futuro, que estaremos nós a educar? Tanques de guerra? Máquinas assassinas?

O que é certo é que, muito embora a rede do nosso cérebro seja tão ou mais complexa do que aquilo que pensamos, o mundo colorido e ingénuo nunca poderá faltar às crianças. A falta de sonhos é o primeiro passo para a tristeza. A falta de sonhos é, sem dúvida, o primeiro passo para uma malformação humana sem a qual somos completos blocos de pedra sem qualquer finalidade. E se o nosso mercado televisivo conseguir manter este mundo de sonhos com os seus próprios produtos que ensinam os nossos valores e não os dos outros, já estaremos a deixar uma marca, e esta é das boas.

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