Depois de terminar as gravações de Anjo Meu, onde deu vida a Geraldo, o ator gravou duas séries para a RTP e, numa altura em que também já as acabou de gravar, está no mercado, à espera de novos projetos televisivos.
“Não faço ideia.”, começa por dizer João Reis, quando questionado sobre o seu regresso às novelas, acrescentando: “Estas coisas são sempre a conta-gotas. O teatro está como está, não há definições para projetos futuros, porque ou não há subsídios ou as pessoas não têm condições para produzir peças. A televisão… enfim, eu, como não sou exclusivo de um canal, estou sempre à mercê dos convites que me fizerem. Fiz a Maternidade e o Depois do Adeus, duas belíssimas produções. Por isso tenho a barriga cheia. Agora vou fazer o Mercador de Veneza, que é mais um acréscimo.“.
Ainda a propósito deste tema, o ator, que vê Maternidade a estrear dentro de poucos dias, admite que é mais um profissional a fazer novelas pelo dinheiro que estas permitem ganhar: “Sim. Há momentos felizes na novela, não posso dizer que tudo o que se faz ou tudo o que tenho feito é medíocre ou mau. Há coisas brilhantes. A última novela que fiz para a TVI, Anjo Meu, deu-me bons momentos: as equipas técnicas, os atores com quem trabalhei. Mas também há coisas bastante penosas, sobretudo ao nível do desenvolvimento do argumento e do texto, coisas que são completamente indefensáveis. Mas não tenhamos ilusões, não me interessa nada do que se diz ser o reconhecimento público, isso é consequência do nosso trabalho. Digo isto porque quando faço novela, do ponto de vista económico não saio dali rico, mas dá para viver uns tempos e permite-me fazer outras escolhas menos compensadoras financeiramente. É preciso arranjar sempre pontos de equilíbrio. Não me via a fazer só novelas. Para isso mudava de profissão. Não sou ator para fazer exclusivamente novelas.”, concluiu.
