O caso de alegada «exclusão» do concurso de atribuição de licenças, foi denunciado pela própria estação, a mais crítica para com o governo de Chávez.
Segundo informações publicadas pelo site Formula TV, a Globovisión, emissora alegadamente lesada, garante que pediu em diversas ocasiões para participar nas reuniões entre as estações de televisão e a Comisión Nacional de Telecomunicaciones (o equivalente à nossa ANACOM), mas que acabou por nunca ser recebida, estando, com esta recusa, agora limitada à emissão em sinal analógico. A confirmar-se o cenário, diz que a sua não inclusão na oferta de canais da Televisión Digital Abierta (TDA) – nome local para as emissões de Televisão Digital Terrestre -, representa uma «sentença de morte» para a estação, pois não tem licença para emitir a partir de 2018.
Da parte do governo venezuelano, não houve menções à recusa em atribuir licença à Globovisión, apenas a intenção de aumentar o número de canais no futuro. A oferta da TDT venezuelana conta com os canais públicos e ainda com as privadas Venevisión, Televen e Meridiano, cujas emissões experimentais já começaram, estando o apagão analógico agendado para daqui a cinco anos, em 2018.
Este não é o primeiro caso de censura ou ingerência do governo de Hugo Chávez em estações de televisão privadas do país. Em 2007, a decisão de não renovar a licença da Rádio Caracas Televisión, devido a alegadas ligações com o fracassado golpe de estado de 2002, levou a manifestações de apoio populares em apoio à estação. Hoje em dia, a RCTV, emite apenas no cabo.