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BIO dedica biografia a Bárbara Guimarães

Pedro Vendeira
8 min leitura

Partilhar a vida e a história das figuras públicas nacionais, é um dos objetivos do BIO, que dedica a sua próxima biografia nacional a Bárbara Guimarães, figura incontornável no panorama televisivo em Portugal.

Com estreia agendada para o dia 29 de Junho, pelas 21h30, o BIO dedica cerca de 55 minutos, de produção nacional, a lembranças e histórias da apresentadora partilhadas pelas pessoas que lhe são próximas.
A paixão pelo mundo da comunicação, as recordações de infância, os tempos de escola, a família e a sua vida profissional, são alguns dos temas abordados.
A avó Maria de Lourdes, o marido Manuel Maria Carrilho, Francisco Pinto Balsemão, Artur Albarran, o maestro António Vitorino de Almeida são alguns dos intervenientes neste documentário que ajudam a construir o percurso de vida da apresentadora.

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É sempre difícil escolher (…), no entanto eu escolheria o Bolero de Ravel. Sabe porquê? Porque é sempre igual e é sempre diferente, assim é definida Bárbara Guimarães pelo maestro António Vitorino de Almeida.
Nascida em 1973, no Lubango, durante o período colonial português, Bárbara Guimarães vem para Portugal ainda bebé. A sua infância é feliz, o meu quarto essencialmente era um sítio de grande liberdade, podia levar para ali tudo, pedras, areia, bichinhos de conta, grilos, tudo…
Filha de uma professora primária e de um artista plástico é, contudo, com a avó materna que passa grande parte do tempo e ainda hoje essa relação é vivida de uma forma muito especial. “Não somos bem avó e neta, somos, sei lá, umas irmãs gémeas, eu não a tenho como neta praticamente, não é por não ter a função que ela tem, só mesmo aquilo que ela era para mim, como ela foi a primeira neta, fascinou-me muito”, diz-nos Maria de Lurdes Amorim.

Na escola, Bárbara é uma aluna aplicada e interessada. “Ela era uma aluna interventiva, gostava de falar, de participar nas atividades, de apresentar os trabalhos”, recorda Magda Sousa a professora de Língua Portuguesa durante o Secundário.
Para ela, Bárbara teria um caminho ligado às Artes porque “era uma aluna muito sensível e aquela sensibilidade chamou-lhe a atenção porque ela era uma aluna vocacionada efetivamente para a área de humanidades, para comunicar”.
É esse à vontade que a leva à formação em Jornalismo e a uma candidatura para a TVI. Artur Albarran, um dos jornalistas mais mediáticos da TV portuguesa, é quem lhe faz o casting e percebe naquele momento o potencial da jovem candidata. “Ela tem uma imagem muito credível, e foi isso que senti quando olhei para um plano fechado dela, quando estávamos a fazer o casting, como percebi que ela tinha uma coisa que uma apresentadora deve ter, que é uma coisa inexplicável, tinha lá aquela capacidade inata”.
“Falei com o Albarran, muito simpático, correspondia ao que nós achávamos dele na TV, com a voz característica”, recorda Bárbara. “Foi a passagem para algo que eu tanto desejava mas ao mesmo tempo com um grau de grande ingenuidade e de irresponsabilidade, fazer um Telejornal? Se isto passa na cabeça de uma pessoa aos 20 anos.”

O seu à vontade e amadurecimento acabam por chamar a atenção a Francisco Pinto Balsemão, dono do grupo Impresa, detentor do Expresso e da SIC. O convite desafia-a a mudar de género, e a passar da Informação para o Entretenimento. “Era uma cara nova, fresca, cheia de vontade de triunfar, e isso foi confirmado no êxito que teve no “Chuva de Estrelas”. Acho que ela desde muito nova sabia sempre o que queria”, recorda o principal empresário dos media portugueses.
Mas Bárbara não fica pelo Entretenimento. Quando surge a SIC Notícias, arrisca uma vez mais a mudança e passa a apresentar programas ligados à cultura, mas fá-lo numa linguagem simples, direta, ganhando audiências sucessivamente, ao mesmo tempo que demonstra versatilidade. “É uma pessoa que não é “chapa um”, não está talhada para fazer um determinado tipo de apresentações”; afirma Balsemão.
É no âmbito da cultura que conhece aquele que virá a ser o seu companheiro desde há dez anos: Manuel Maria Carrilho, ex-Ministro da Cultura. O cruzamento das suas vidas dá-se em termos profissionais. “A ideia que na altura me propuseram era essa, é que falava com as pessoas que trabalhavam comigo, que do motorista, aos assessores, chefe de gabinete, como era o dia-a-dia, acho que isso deve ser conhecido e foi com essa tranquilidade que na altura, como disse, abri as portas (do Ministério da Cultura) e se fez esse programa, que correu muito bem”, recorda o professor universitário de Filosofia.

A pouco e pouco surge a convergência entre os dois porque “as aproximações, como os distanciamentos, são sempre muito misteriosos e não são certamente os próprios a conhecer melhor as razões, mas sim, tínhamos um conjunto de referências comuns, mas devo dizer-lhe que a maior parte daquilo que fez tocar a mesma música, trabalhámos os dois por isso, não era nada assim dado, mas isso enfim, são os nossos segredos”, comenta entre sorrisos o marido de Bárbara.
Ao fim de quase duas décadas permanentes na televisão portuguesa, Bárbara Guimarães é uma personalidade incontornável no panorama da Comunicação portuguesa.

Há contudo, entre os entrevistados, um denominador comum na sua personalidade: a preocupação com os outros. “Há uma coisa que nós costumamos falar aqui, que é o verbo “blimundar”*. É um verbo que nós usamos no nosso dia a dia, e que tem a ver com essa ideia de recolha das vontades e como é que nós no dia a dia, através dessas vontades, de alguma forma pomos a “Passarola” a voar, seja ela um programa, seja ela uma ação de solidariedade, seja ela a nossa a Vida. Portanto é assim um pouco que nós vamos fazendo, “blimundando” a cada dia”, afirma Ana Saramago Matos, galerista e amiga de Bárbara Guimarães.
*De Blimunda, personagem feminina da obra Memorial do Convento, de José Saramago.

Por ordem de entrada:

Bárbara Guimarães
Maria de Lourdes Amorim – Avó
Magda Sousa – Professora
Artur Albarran – Ex-Jornalista na TVI
Octávio Ribeiro – Ex-Chefe de Redação TVI
Madalena Barata – Médica obstetra
Francisco Pinto Balsemão – Presidente Conselho de Administração SIC
Manuel Maria Carrilho – Marido, e ex Ministro da Cultura
António Vitorino de Almeida – Maestro
Ana Saramago Matos – Galerista
José António Tenente – Estilista
Fernanda Lamelas – Chaumet Portugal

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Amante da tecnologia e apaixonado pela caixinha mágica desde miúdo. pedro.vendeira@atelevisao.com