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Continuum

A Televisão
5 min leitura

Já lá vão os tempos em que a ficção científica tomou conta das nossas televisões. Era ela que, de uma maneira mais crua e pouco ortodoxa, elevava a mente humana e todas as suas perceções a um novo patamar, a algo nunca antes visto, algo que nos fazia questionar sobre a nossa condição, sobre quem somos, sobre o que podemos fazer, sobre aquilo que ainda está por desmistificar no nosso sistema nervoso.

As viagens no tempo foram, são e serão sempre uma questão que dividirá muitos sobre as implicações que isso terá na História já escrita e naquela que está por escrever. São os imensos paradoxos que se criam, são as diferentes movimentações que determinam este ou aquele Futuro; mas, por outro lado, também há quem acredite que voltar atrás no tempo faz parte da nossa própria história, que, de uma maneira ou de outra, a nossa “viagem” não alterará nada porque, ela própria está destinada. Perguntaria o caro leitor que me acompanha, qual seria a melhor teoria. Infelizmente, a resposta falta-me porque surge igualmente outro factor: a imprevisibilidade humana.

E é por este caminho que conhecemos uma série canadiana que, estando já há 5 semanas no ar, não deixa de cativar os espectadores a cada domingo que passa. Falo, pois, de “Continuum”.

“Keira Cameron”, interpretada pela Rachel Nichols (“Alias”, “Criminal Minds”), vive no ano de 2077 como Protetora, isto é, uma mulher que, juntamente com outros da mesma designação, procuram, investigam e param todas as ameaças terroristas que assolem o poder corporativista que levou à fusão do Canadá e dos Estados Unidos num único país só.

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Como muitos regimes espalhados pela História, o regime não agradou a um grupo que se denomina “Liber8”, cujos ideais de liberdade, de luta contra o corporativismo e da pura mentalidade humana regem todas acções não importando os meios para atingir os fins. E é numa dessas tentativas que “Kiera” apanha o líder e, com ele, todos aqueles que estão no cerne deste grupo. Seis meses depois, no dia da execução, e com um plano tão bem orquestrado, todo o grupo consegue uma parte de um objecto que os leva até 2012 com o objectivo de conquistar o Futuro, ganhando o Presente.

Mas “Kiera” vai atrás, sem querer. Foi ela a escolhida para regressar a 2012 e parar estes homens e mulheres. Tendo que se habituar a um novo estilo de vida, “Kiera” encontra “Alec”, o rapaz que dará origem à empresa “SadTech”, que produzirá as tecnologias necessárias ao combate ao crime, no Futuro, e não posso negar a excelente ajuda que “Alec” proporciona.

Continuum, que ainda vai a meio da sua primeira temporada de sucesso, apaixonou-me desde o primeiro minuto. Apesar de se revelar uma série do tipo “caso da semana”, “Continnum” consegue fundir, de uma excelente forma, a mitologia de 2077 com o mundo mais cru de 2012 e adaptá-la à vida de cada um dos intervenientes desta história. E é óbvio que ainda estamos no processo de crescimento deste produto pois noto que ainda falta qualquer coisa que a destaque no meio de tantas outras e não bastam as viagens no tempo.

Com final marcado para o início de agosto, a nova série da Showcase poderá já ter uma segunda temporada agendada dados os seus resultados bastante bons aquando da sua exibição. “Continuum” mostra-nos uma nova maneira de interpretar as viagens no tempo e basta que nos mostrem o Futuro mudado (ou não) para que as teorias cresçam e floresçam nas nossas cabeças. Somos seres capazes de tudo. Quem me diz a mim que amanhã ou daqui a dois dias não estaremos mais perto de viajar no tempo? Somos seres imprevisíveis e por mais premeditadas que sejam as nossas escolhas ou as nossas ações, o livre arbítrio ganhará sempre e poderemos ver-nos obrigados a agir de uma maneira totalmente diferente e alterar toda uma (possível) história já escrita.

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