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Porque não chora, Júlia?

A Televisão
3 min leitura

Sim, eu sei que hoje devia escrever sobre o novo sistema de medição de audiências. Mas como foi o primeiro dia, prefiro deixar essa análise para mais tarde, quando já estiver tudo bem oleado. Por isso, decidi abordar outro tema que hoje também teve destaque, mas que é uma situação recorrente.

Estava eu muito bem sentado no meu sofá a fazer o habitual zapping matinal, quando ao passar pelo Querida Júlia me deparei com um tema aparentemente “normal” neste tipo de programas. Uma mãe que perdera uma das filhas num acidente de viação e que recorrera a um pai de santo para a ajudar a receber uma mensagem da falecida. Infelizmente é o que mais se vê nos dias de hoje, como sabe quem lê e vê, diariamente, os jornais televisivos, impressos ou quem consulta a Internet. O que muitos (ou se calhar poucos) sabiam é que há bem pouco tempo a própria apresentadora do programa da SIC estivera perante um drama semelhante (embora com um desfecho diferente).

Mãe de três filhos, Júlia Pinheiro viu uma das suas filhas sofrer um grave acidente nos últimos meses de 2011 e o seu estado de saúde inspirar muitos cuidados. Durante aquele período de conversa, a apresentadora certamente que terá pensado no que viveu e na forma como viu a filha melhorar. Notava-se na sua cara. E isso foi mostrado quando, a meio da conversa, pediu um pequeno período de interregno. Mas não parou de falar. Desviou o assunto. O olhar era de pesar e a própria comunicadora disse o que sentira.

E foi nesse momento que eu pensei. “É desta que a vou ver chorar”. Mas não podia estar mais enganado. Mais uma vez, e até pensando no que já vimos no passado, seja em finais de programas, aniversários, ou em qualquer das tristes histórias que já foram discutidas na sua presença, e percebe a força desta mulher. Tenho para mim que nem no Alta Definição ela chorou. É uma mulher (e pêras). Não digo que seja fã desta capacidade de conter as emoções, pois eu próprio defendo que os apresentadores devem demonstrar o que sentem. Mas como fã que sou desta excelente comunicadora, a minha questão é “porque não chora, Júlia?”

 

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