fbpx

Ficção “made in Portugal”

A Televisão
4 min leitura

A ficção nacional tem vindo a ganhar espaço no panorama audiovisual português e, em consequência, o sucesso que lhe é merecido. Foram as novelas produzidas em Portugal que relançaram a estação de Queluz de Baixo no horário nobre, com enredos que apaixonaram o público português.

Recordo-me, muito especialmente, da novela Ninguém como Tu. Transmitida ao longo do ano de 2005, fez parar o país no seu último episódio para se conhecer a resposta à pergunta que, na altura, marcava todas as conversas: “Quem matou António?”. Depois desta, surgiram muitas outras que alcançaram resultados audiométricos favoráveis à estação transmissora.

Este tornou-se mais do que um negócio e passou a ser uma estratégia adotada, não só, pela TVI, mas também pela SIC que, no início, não foi bem sucedida. Todavia hoje, mais do que nunca, a estação de Pinto Balsemão aposta em novelas nacionais com histórias capazes de prender os telespetadores aos ecrãs.

Nem a crise parecer assustar, em 2010 e no ano corrente, a ficção nacional. Esta que foi galardoada com 2 Emmy’s internacionais (o primeiro no ano de 2010 com Meu Amor, da TVI, o segundo no ano de 2011 com Laços de Sangue, transmitida pela SIC), trazendo assim um maior ânimo e coragem para os produtores e profissionais portugueses.  Resta, por isso, continuar a apostar na qualidade do que é produzido cá dentro, embora saibamos que o ano que se aproxima trará muitos disabores, com cortes a vários niveis.

A TVI, por exemplo, prepara-se para reduzir os salários dos atores sem contrato de exclusividade. Não é com cortes desmedidos e reduzindo os custos em tudo que se chega a bom porto. Irão estas medidas afetar a criação de enredos com qualidade na televisão portuguesa? São muitas as respostas possíveis, no entanto prognósticos apenas no final do jogo.

Mediacapitaltvinot Ficção &Quot;Made In Portugal&Quot;

Esta pergunta surge numa altura em que se especula, por parte da TVI, a criação de um canal inteiramente dedicado à ficção nacional, também com o objetivo de relançar a área internacionalmente. Tal como já foi avançado pelo site d’A Televisão tal sugestão tem vindo a ser adiada devido à difícil situação em que se encontra o mercado dos meios de comunicação social.  Será este o timming certo para apostar num projeto tão arriscado? Ou será que fazem falta sugestões do género para lançar além fronteiras o produto nacional?

Tendo em conta a conjuntura económica, considero que as produtoras e estações televisivas deviam jogar pelo seguro e apostar em projetos que, à partida, saibam que vão trazer lucro e que sejam aceites pelo telespetador. Caso contrário arriscam em perder ainda mais receita. Por outro lado, faz falta, em países como Portugal, arriscar e acreditar no que é português: a aposta iria, tal como é um dos objetivos, expandir o “nosso” trabalho e mostrar do que somos capazes de fazer.

Está agora nas mãos das administrações das empresas envolvidas decidirem qual o futuro a dar ao canal idealizado. A nós, resta-nos apelar, incentivar e, acima de tudo, consumir o produto nacional até porque a necessidade é recíproca (a comunicação social precisa dos portugueses, bem como os portugueses precisam da comunicação social).

Siga-me:
Redactor.