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«Supermax»: Estreia hoje série que junta um reality show, suspense, thriller e ação

Diana Casanova
9 min leitura
Imagem: Globo

Angústia. Desespero. Mistério. Ação. É no limite das nossas piores sensações e medos que vão viver os 12 participantes de Supermax, um reality show fictício que dá nome à série, numa mistura de géneros como thriller, drama e suspense que estará a partir de hoje no canal Globo Premium. Em busca de um prémio de R$ 2 milhões, os confinados são levados para uma prisão de alta segurança desativada em plena Floresta Amazónica. É então que o grupo perde o contato com a produção e as coisas começam a não correr bem. Na prisão, as personagens descobrem que têm algo em comum: todos já enfrentaram problemas com a Justiça. Juntos, serão submetidos ao extremo das suas capacidades físicas e psicológicas. Pouco a pouco, os fantasmas de cada um são revelados. A convivência entre personalidades completamente diferentes, em condições extremas, torna-se uma luta pela sobrevivência.

Ao chegarem à prisão, os participantes são recebidos por Pedro Bial, que apresenta o reality show. É através de um vídeo que Bial explica quais são as regras do jogo, anuncia a primeira festa e a primeira prova. O apresentador lança no ar informações para que os participantes se conheçam um pouco mais e comecem a desconfiar uns dos outros já na estreia. Não demora muito para o que seria aparentemente um ambiente com riscos calculados, se revelar um lugar onde os acontecimentos estão absolutamente fora de controlo e desafiam a razão. Ao perder o contato com o mundo exterior, os concorrentes ficam sem saber se tudo aquilo faz parte do desafio ou se foram, de facto, abandonados à própria sorte. Enquanto procuram saídas e respostas, cada um tenta esconder quem é de verdade. Mas o dia-a-dia mostra que eles têm muito mais em comum do que imaginam.

Supermax traz no elenco nomes como Mariana Ximenes, Cléo Pires, Erom Cordeiro, Bruno Belarmino, Nicolas Trevijano, Ademir Emboava, Maria Clara Spinelli, Rui Ricardo Diaz, Fabiana Gugli, Mario César Camargo, Vania de Brito, e Ravel Andrade.  «Como a trama começa com um reality, a gente não queria muitos rostos conhecidos do grande público. Isso trouxe uma agradável surpresa. Temos atores incríveis», elogia o diretor geral José Alvarenga Jr.

A prisão

Erguida numa das cidades cenográficas dos Estúdios Globo, a prisão de alta segurança tem três andares, 800 metros quadrados e é toda eletrónica. São doze celas com portas automáticas e estrutura independente para cada um dos participantes, com apenas uma cama e uma sanita. Na área comum, uma grandiosa escada de metal dá acesso ao refeitório e à sala de televisão. O ambiente cinzento conta com um imponente teto no estilo vitral, que confere modernidade ao local. «O presidio tem uma cara moderna, mas tem um olhar imaginativo, retrô, para criar um ambiente mágico, para que o público se sinta num lugar onde nunca esteve. Já fiz vários policiais e, geralmente, os presídios são construídos em estúdios ou filmados em fábricas abandonadas. Uma estrutura dessas, com essas características, é inédita. Ela dá a Supermax personalidade e autonomia», realça José Alvarenga Jr.

Para criar esses ambientes, com espaços reais, a prisão foi construída numa tenda com onze metros de altura. «O cenário tem nove metros de altura, e um estúdio não comportaria isso. A tenda foi feita especialmente para a gente. O único espaço que é um cenário é o quarto do pânico, que tem um espelho espião. O resto é todo de verdade, até a cozinha, com tudo funcionando», explica o cenógrafo Claudio Domingos. O cenógrafo recorda ainda que não há janelas no espaço: «Era importante que os participantes não soubessem que horas eram, quando é noite, dia, que horas as portas abrem ou fecham».

O reality show

Ao todo, são onze câmeras espalhadas pela Supermax, tendo algumas delas vindas do Big Brother Brasil. Na captação das imagens, trabalharam profissionais que operam os equipamentos no BBB, para conferir ainda mais veracidade ao reality show fictício. Alvarenga «importou» também o francês Eric Catelan, especializado em steadicam (câmara que fica acoplada ao corpo do operador) e que já trabalhou em grandes produções do cinema internacional, e o diretor de fotografia André Faccioli, que trouxe um olhar diferenciado para o produto. «Criamos um projeto de fotografia que tende a ser mais escuro. Trabalhamos no limite da câmara, com pouca luz, aproveitando a sensibilidade do equipamento para evidenciar a atmosfera do espaço», conta Faccioli.

O diretor Rafael Miranda acompanhou todos os processos e destaca, além da colorização, o minucioso trabalho de sonorização. «São muitos detalhes para criar um universo de suspense. Foi a primeira vez que me dediquei tanto ao trabalho de som, por exemplo, tão importante em uma obra como essas. Temos barulhos de passos, vento, detalhes que ajudam a montar um thriller, um drama psicológico», conta.

12 personagens, um só figurino

Um reality show na prisão exige que os participantes sigam uma rotina similar a um recluso. O figurino segue essa linha, sendo totalmente inspirado em uniformes. Quando entram na Supermax, os participantes são obrigados a tirar tudo o que é deles e recebem um kit igual, contendo um uniforme azul, uma t-shirt, um casaco, sapatos, e roupas interiores.

O facto de ser um figurino único para todo o elenco não fez o trabalho da equipa de figurinistas uma tarefa fácil. A figurinista Helena Araújo fez uma ampla pesquisa em prisões de vários países para procurar inspiração e criar o estilo que mais se adequava à história. O trabalho foi desenvolvido em parceria com as equipas de cenografia, luz e maquilhagem para que encontrassem o tom que imprimiria melhor na tela. «Para funcionar esteticamente com todo o resto, achamos um tom de azul que não tinha na paleta de cores de tecidos para vender pronto. Fizemos um processo de tingimento que partia do branco, mais azul, cinza e amarelo e chegamos à cor que queríamos. Mas isso levou muito tempo, foram mais de 50 tons de azul testados antes de encontrar o ideal para o uniforme», diz Helena.

As criaturas – efeitos visuais

Supermax utiliza as mais inovadoras técnicas de efeitos visuais e computação gráfica para garantir a imersão do público em cenas recheadas de suspense e drama. Para a animação de bichos e personagens fictícias, por exemplo, recorreu-se ao que há de mais moderno em motion capture, recurso que tem recebido grandes investimentos das produções televisivas em todo o mundo. Há ainda aplicações para captura de movimentos faciais desenvolvidas nos Estúdios Globo. A equipa de tecnologia também abusou do processo de matte painting, garantindo a imersão nos ambientes e cenários, e, através do processo de composição, multiplicou digitalmente figurantes em cena. Numa delas, um set com 50 atores foi transformado num ambiente com milhares de pessoas.

Além disso, vários elementos e personagens foram feitos em 3D, e pela primeira vez foi criada uma personagem que interage em determinado momento com o elenco. Tudo construído através de computador.

Redatora e cronista