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Homenagem a Manoel de Oliveira na RTP Memória

Pedro Vendeira
5 min leitura

Manoel De Oliveira Homenagem A Manoel De Oliveira Na Rtp Memória

Na semana em que Manoel de Oliveira apaga 104 velas a RTP Memória presta homenagem ao realizador, exibindo:

No sábado, dia 15, às 21h15, a sua primeira longa metragem de ficção  – O filme “AniKi Bóbó”. Realizado em 1942, é uma poética fábula infantil de dimensão universal e intemporal, que nos conta a história dos miúdos pobres dos bairros ribeirinhos do Porto, que se divertem e brincam como podem. É uma viagem à infância através da memória.

E no domingo, às 22h15, o filme “Vale Abraão”, realizado em 1993, com argumento de Manoel de Oliveira e de Agustina Bessa-Luís e como protagonistas Leonor Silveira e Luís Miguel Cintra.

Ainda no domingo, mas ao início da tarde às 14h15, a RTP Memória irá emitir uma entrevista realizada em 1976 por António Pedro Vasconcelos ao Mestre.

Sábado, dia 15, às 21h15
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“ANIKI BÓBÓ”
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Um dos mais belos e comoventes filmes portugueses de sempre, da autoria de mestre Oliveira que criou uma poética fábula infantil de espantosa dimensão universal e intemporal.

Nos bairros ribeirinhos do Porto, os miúdos pobres divertem-se e brincam como podem, geralmente, aos polícias e ladrões; outras vezes mergulham nas águas do Douro. A escola decorre sem grandes sobressaltos, entre as reguadas bem aplicadas e tabuadas mal assimiladas. Carlitos é um dos garotos mais aventureiros e Teresinha a miúda mais bonita, que Carlitos adora. Ela namora uma boneca que está na montra de uma loja que, para os garotos, é uma espécie de gruta do Ali Babá, propriedade de um homem gentil e dedicado, com alma de poeta. Um dia Carlitos, num gesto de amor, rouba a boneca para dar a Teresinha e vai descobrir que o Mundo não está feito à dimensão dos sonhos.

Aniki-Bobó é um dos mais belos, fascinantes e surpreendentes filmes de todo o cinema português. Curiosamente, foi pateado no dia da estreia, a 18 de dezembro de 1942, não recebendo os favores do público nem da maioria da crítica. Mas não foi esquecido. Vinte anos depois, fazia sensação em Cannes, nos Encontros Internacionais do Filme para a Juventude, contrariando tudo o que de mal se disse sobre esta notável realização de mestre Oliveira.

Título Original: Aniki BóBó
Com: Nascimento Fernandes, Vital dos Santos, Fernanda Matos, Horácio Silva, Manuel de Azevedo, António Santos, António Morais Soares, Feliciano David, Manuel de Sousa.
Realização: Manoel de Oliveira
Produção: António Lopes Ribeiro
Autoria: Manoel de Oliveira
Música: Jaime Silva
Ano: 1942
Duração: 98 minutos

Domingo, dia 16, às 22h15
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“VALE ABRAÃO”
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Um dos mais importantes filmes de toda a história do cinema português.

No Vale do Douro, Ema vive com o pai e é educada numa atmosfera de grande sensibilidade poética. Torna-se numa mulher bela e sensual com um irresistível gosto pelas ficções românticas, que acaba por nunca conseguir encontrar plena satisfação junto dos homens, desde logo casando com um médico que nunca amou. Na sequência de uma intensa vida social, Ema, vai envolver-se com três homens sempre numa constante busca de paixões, luxo e desafios, cuja beleza e espírito provocatório lhe vão valer o epíteto de “Bovarinha”, uma versão moderna e portuguesa da “Bovary” de Flaubert. Por fim, desiludida e frustrada, Ema, morre afogada no Douro, sem nunca se chegar a perceber se foi acidente ou suicídio.

“Vale Abraão” parte da adaptação ao cinema da obra homónima de Agustina Bessa-Luís, por sua vez um exercício literário inspirado na “Mademe Bovary” de Flaubert, que Manoel de Oliveira transforma num filme deslumbrante e portentoso. “Vale Abraão” é um dos mais importantes filmes de toda a história do cinema português, que muito justamente os “Cahiérs du Cinéma” consideraram como “um dos mais belos filmes do Mundo”.

Com: Leonor Silveira, Luís Miguel Cintra, Rui de Carvalho, Cecile Sanz de Alba, Luís Lima Barreto,Diogo Dória, João Perry, Glória de Matos, Isabel Ruth
Realização: Manoel de Oliveira
Produção: Paulo Branco
Autoria: Agustina Bessa-Luís (romance), Manoel de Oliveira
Ano: 1993
Duração: 180 minutos

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Amante da tecnologia e apaixonado pela caixinha mágica desde miúdo. pedro.vendeira@atelevisao.com