fbpx

Canal História estreia dia 15 de Abril “Titanic: Mistério Resolvido”

Pedro Vendeira
12 min leitura

À medida que o centésimo aniversário do Titanic se aproxima, uma equipa de cientistas, engenheiros, arqueólogos e especialistas na captura de imagens juntaram esforços para responder a uma das questões mais inquietantes que rodeia o lendário desastre: como é que o “inafundável” navio se parte e se afunda nas águas geladas do Atlântico Norte a 15 de abril de 1912? “Titanic: Mistério Resolvido” estreia no dia 15 de abril às 22 horas e vai documentar a mais recente missão, mostrar partes nunca vistas dos destroços e apresentar as conclusões inesperadas da expedição, bem como respostas cruciais.

Titanic Fuera Del Agua Virtual Canal História Estreia Dia 15 De Abril &Quot;Titanic: Mistério Resolvido&Quot;

Em 2010, o HISTÓRIA associou-se aos melhores especialistas subaquáticos nesta expedição ao local do naufrágio, uma expedição que desenvolveu o estudo mais exaustivo de sempre dos destroços. A tarefa, que contou com a participação da RMS Titanic, Inc., a empresa responsável pelo local onde se encontra o Titanic, revelou novas descobertas e o primeiro mapa extensivo do sepulcro aquático do navio, toda a extensão de 15 milhas quadradas do leito do oceano onde o destroço se encontra, ajudando a resolver o puzzle de 100 anos sobre o que falhou e determinar quem ou o que foi responsável pelo acidente.

“Titanic: Mistério Resolvido” conta a história exclusiva desta expedição. Além de cartografar todo o local, este especial vai ainda revelar pela primeira vez a imagem completa da destruição e afundamento usando um hangar virtual. Aplicando as técnicas da investigação de um acidente de aviação ou vaivém especial (cartografar o local e juntar as peças num hangar), a equipa de especialistas vai produzir uma reconstrução holográfica virtual do local dos destroços num hangar.

Nos 25 anos desde que o destroço foi localizado, nunca ninguém explorou ou cartografou toda a extensão do local. Quase metade da área continuava desconhecida e sem ser vista e partes significativas do navio, que poderiam revelar como se partiu, estavam em falta. Agora, após 100 anos, finalmente cada centímetro do local é conhecido e cada pedaço do navio é documentado.

Em “Titanic: Mistério Resolvido”, o público vai poder ver pela primeira vez pedaços do navio agora descobertos, seguir a expedição e conhecer a verdadeira história de como o Titanic se partiu. Este episódio especial vai responder às maiores questões sobre o Titanic: tinha algum erro fatal de construção, e se sim, quem ou o que foi responsável pelo acidente? No final de “Titanic: Mistério Resolvido” os espetadores vão ficar a conhecer toda a história. É altura de saber o que aconteceu e do Titanic finalmente descansar.

PARCEIROS DA EXPEDIÇÃO

Primeira a visitar o Titanic em cinco anos, a expedição de 2010, orientada pela RMS Titanic, Inc., a empresa que gere o local dos destroços, juntou várias organizações especializadas em tarefas subaquáticas que nunca tinham trabalhado juntas. Woods Hole Oceanographic Institution’s Advanced Imaging & Visualization Laboratory, líder mundial em fotografia subaquática, desenvolveu câmaras especiais 3-D e 2-D para a missão que permitiram captar imagens de alta qualidade. O Waitt Institute for Discovery, disponibilizou robots autocontroláveis conhecidos como AUVs (Autonomous Underwater Vehicles- veículos submarinos autónomos), capazes de analisarem de forma independente o local com um sonar de alta resolução. Estes dispositivos trabalharam em conjunto com um ROV (Remote Operated Vehicle- veículo controlado remotamente) fornecido pela Phoenix International, empresa serviços marítimos.

A National Oceanographic and Atmospheric Administration (NOAA- Administração Oceânica e Atmosférica Nacional norte-americana), National Park Service’s Submerged Resources Center e o Instituto de Arqueologia Náutica da Universidade do Texas A&M também contribuíram para a expedição. O engenheiro Parks Stephenson, o ilustrador Ken Marschall, o investigador de acidentes Jim Chiles e o especialista do Titanic Bill Sauder colaboraram como consultores do História.

A TECNOLOGIA

Os AUVs andaram por toda a área de investigação e voltaram com imagens de alta resolução que foram anexadas num mapa sonar. O segundo passo do processo envolveu a utilização de um ROV com câmaras nos locais com muitos detritos identificados pelos AUVs. Os AUVs e ROV nunca tinham sido usados simultaneamente num local de oceano profundo. “O mapa do sonar é a referência para toda a análise,” comenta Parks Stephenson. “Basicamente mostra-nos a verdade sobre o local onde caíram os detritos. Posteriormente usámos esses dados como um guia para analisar todas as imagens. Este facto deu-nos a alta resolução para todas as peças incluindo objetos que nunca tínhamos visto.” David Gallo, diretor de projetos especiais da Woods Hole, descreveu as imagens captadas pelo ROV: “As imagens são incríveis. Levam-nos até ao fundo do oceano. É fantástico. Mesmo os veteranos que já estiveram no local do Titanic várias vezes ficam de boca aberta.”

A equipa acredita que a sua abordagem com tecnologia de ponta representa uma mudança na arqueologia subaquática. “Como arqueólogo, penso que é bastante emocionante,” refere James Delgado, diretor de património marítimo para a Divisão National Marine Sanctuaries da NOAA. “Esta tecnologia e estes AUVs constituem uma mudança tão significativa na área como a linha de telefone fixo para um Blackberry.” Chris Davino, presidente da RMS Titanic, Inc. comenta que colmatou uma lacuna há muito sentida no estudo do famoso destroço. “Muito do que estamos a fazer nunca tinha sido feito,” realçou. “O próprio mapa, obviamente, é um produto único feito pela primeira vez. Há décadas que as pessoas pedem este tipo de análise para o Titanic.”

Os participantes da expedição criaram um mapa que é mais completo e mais preciso que as tentativas anteriores. “Ao longo do tempo, houve dezenas de expedições ao Titanic, mas apesar de todo o conhecimento e avanços tecnológicos, ninguém tinha tentado criar um mapa completo do local do destroço,” afirma Chris Davino. “Expedições anteriores desceram até ao fundo em submersíveis tripulados ou veículos de tração com câmaras para analisar o local do naufrágio,” explicou Stephenson. “Só podiam abarcar uma parte do local, uma vez que não podiam estar no fundo durante muito tempo”. Quando os especialistas juntavam estes dados separados na superfície, informação essencial perdia-se, incluindo a localização exata dos artefactos e fragmentos.

Além de oferecer uma imagem detalhada de elementos críticos dos destroços, como as duas superfícies do casco duplo, pontos focados num programa especial do HISTÓRIA transmitido em 2006, a cartografia revelou peças novas e relevantes sobre as quais os investigadores sabiam muito pouco. Por exemplo, uma pilha de escombros não identificados, a que Parks Stephenson e outros analistas do História chamavam “detritos da casota,” revelou incluir a base do terceiro funil do Titanic e convés. “Este facto foi a primeira indicação de como o navio de facto de partiu em dois,” comenta Stephenson sobre o local que viu nas imagens do especial de 2006. “É importante não só para identificar as peças, mas também para estabelecer o seu contexto.”

Considerando a localização, o casco duplo e as recentemente descobertas peças no mapa do sonar, os investigadores recrearam os momentos finais do navio, em particular a sua destruição e descida até ao leito do oceano, em “Titanic: Mistério Resolvido”, “Começamos a compreender a violência com que o navio se partiu quando afundou e aterrou neste local,” afirma David Alberg, superintendente para o Monitor National Marine Sanctuary da NOAA.

Rushmore DeNooyer, um dos produtores do especial para o HISTÓRIA, comparou o projeto a uma análise forense de um crime ou acidente, só que neste caso a tragédia aconteceu há 100 anos. “Quando o National Transportation Safety Board (Gabinete Norte-Americano para a Segurança dos Transportes) analisa um avião que caiu ou a NASA investiga o desastre do vaivém Columbia, por exemplo, vão determinar onde os pedaços estão e como estão dispostos no solo. É basicamente como o nosso mapa.”

HANGAR VIRTUAL

Qualquer investigação a um acidente necessita do mapa do local onde aparecem todos os destroços. Porquê? Tal como os salpicos de sangue no local de um crime, a forma como as peças do Titanic estão no fundo do oceano, as suas posições em relação umas às outras, podem contar a história de como a estrutura do navio falhou levando à sua desintegração.

Num dos momentos mais incríveis as simulações computorizadas vão recriar o naufrágio ao contrário, juntando as peças do Titanic, trazendo-as de volta à superfície para montar o navio no hangar virtual. O objetivo é determinar a forma e o motivo pelo qual a estrutura não aguentou e o navio de partiu ao meio, bem como o local exato onde se partiu. “Com a cartografia exaustiva da expedição de 2011, conseguimos pela primeira vez reconstruir a zona destruída do meio do navio,” comenta Stephenson.

Enquanto outros programas que assinalam o aniversário do naufrágio mencionam teorias e especulações, o especial “Titanic: Mistério Resolvido” apresenta novas descobertas baseadas em provas recolhidas no local para analisar o desastre e mostrar exatamente como o navio se partiu. A partir desta investigação, vamos ver quem ou o que provocou o desastre e quem ou o que foi acusado de forma injusta. É a verdadeira história do trágico naufrágio do Titanic.

“Titanic: Mistério Resolvido” é produzido pelo Lone Wolf Documentary Group para o História. Produtores executivos: Kirk Wolfinger, RMS Titanic, Inc., e Woods Hole Oceanographic Institution; Produtor executivo para o canal História: Carl H. Lindahl; Produtor co-executivo: Peacock Productions/NBC News

Siga-me:
Amante da tecnologia e apaixonado pela caixinha mágica desde miúdo. pedro.vendeira@atelevisao.com