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A Entrevista – Manuel Luís Goucha

A Televisão
12 min leitura

Manuel Luis Entrevista

Nascido em dia de menino Jesus no ano de 1954, ele sempre quis ser conhecido. É a companhia das manhãs dos portugueses há mais de 20 anos e não se cansa do horário do programa que apresenta com Cristina Ferreira, Você na TV!. Numa entrevista exclusiva ao A Televisão (a primeira a um sítio online), Manuel Luís Goucha fala sobre todos os assuntos que o rodeiam – o regresso de A Tua Cara Não Me É Estranha (que acontece hoje), o “namoro” com a SIC e o trabalho que desempenha diariamente no programa matinal da estação onde trabalha há mais de 11 anos. A Entrevista desta noite é, como vê, muito especial e está disponível a partir de… agora!

A Televisão – Que principais atrações a TVI e a Endemol preparam para o regresso de A Tua Cara Não Me É Estranha?
Manuel Luís Goucha – Já é conhecido o novo elenco de A Tua Cara Não Me É Estranha. E nele vamos encontrar gratas surpresas como Nicolau Breyner, talvez a maior de todas. Ninguém estaria à espera que ele aceitasse este desafio. Estamos a falar de um homem notável no domínio da representação que, contudo, tem formação clássica a nível do canto. O conjunto de concorrentes é muito forte, com Wanda Stuart, Inês Santos, Francisco Menezes, Ricardo Sá… Só para falar de alguns e sem dúvida que esse é o trunfo para que esta terceira série (a bem dizer quarta, dado que houve também uma mini-série de duetos) agrade. E não nos esqueçamos de Fernanda Serrano que vai enriquecer um júri já conhecido e também ele responsável pelo sucesso do formato.

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aTV – Desta vez, a SIC apresenta uma forte aposta. Acredita, veemente, que permanecerá a ganhar, com o formato Vale Tudo? Está preparado para poder perder?
M.L.G. – Como em tudo na vida ganha-se e perde-se. Do lado da SIC há um produto forte que, por certo, vai tornar competitivas as futuras noites de domingo. Sempre disse que uma boa concorrência é estimulante, pelo que a vitória nunca é dada como garantida. Cá estaremos para o desafio. Uma vitória não me deslumbra, uma perda não me derrota. Importante é acreditar no que faço e divertir-me com o que faço.

aTV – Foi noticiado, recentemente, o assumido namoro de Júlia Pinheiro para com o Goucha e a Cristina. Como vê a possibilidade de mudar de camisola?
M.L.G. – É assumida a estima e a amizade que temos uns pelos outros. Estes sentimentos não nascem de um dia para o outro, constroem-se com verdade ao longo do tempo. Tanto a Gaby (Gabriela Sobral) como a Júlia enriquecem-me como pessoa e não deixo de as amar só porque mudaram de canal. O meu contrato com a TVI termina em 31 de dezembro de 2014. Tenho dois anos pela frente para honrar este compromisso, do único jeito que sei, dando-me inteiro aos projetos em que acredito. Mas esta é uma profissão de desafios… Não sou funcionário de coisa alguma.

aTV – Está incumbido de assumir um formato de entrevistas no +TVI. De que se trata?
M.L.G. – Tu Cá, Tu Lá é o regresso à conversa com tempo. Um luxo só possível no cabo. Desta vez com convidados mais jovens (nas faixas dos vinte e trinta anos) aguerridos, empreendedores, criativos… Com ideias para Portugal e nas mais diversas áreas. Pretende-se uma conversa sem cerimónias, como o próprio nome o indica, onde é possível o confronto de opiniões de gerações diferentes.

aTV – Ambiciona, num futuro muito próximo, abraçar novos projetos televisivos, como um reality show?
M.L.G. – Num futuro próximo não ambiciono mais coisa alguma. Com o Você na TV!, de segunda a sexta, Tu Cá, Tu Lá, ao sábado, e A Tua Cara Não Me É Estranha, ao domingo. Não sei que mais possa ambicionar. Arrisco-me a chegar, de novo, ao final do ano sem ter dado por ele passar.

aTV – É do conhecimento público o carinho que sente por Tânia Ribas de Oliveira e João Baião. Está preparado para concorrer com esta dupla?
M.L.G. – Tenho um carinho muito particular pela Tânia e pelo João. Vê-los-ei sempre como dois magníficos profissionais que irão dar tudo pelo sucesso do seu programa. Volto à minha afirmação anterior sobre a concorrência, ela é estimulante para quem há muitos anos possa estar acomodado num formato especifico. O anterior Praça da Alegria estava relho, não tenhamos dúvidas quanto a isso. E em televisão, como na vida, nada está garantido. A luta, o desafio, são diários. Repare: quando de manhã vemos as audiências, elas dizem respeito ao dia anterior, pertencem ao passado. Dali a uma hora está a começar tudo de novo. Para se ganhar ou para se perder. Não é uma questão de se merecer a mudança, é mesmo assim. Não há projetos eternos, há é os que duram muitos anos e deixam marca em quem os faz e em quem os vê. Tanto a Sónia como o Jorge são profissionais de mão cheia, prontos para agarrar novos desafios. Sou a favor do serviço público de televisão. Mas ele feito também pelas estações privadas.

Goucha 2

aTV – O que falta a Querida Júlia para atrair público e começar a subir as suas audiências? Sente-se vitorioso?
M.L.G. – Falta tempo… Um programa da manhã ou da tarde, os chamados programas de companhia, precisam de tempo. São provas de fundo, verdadeiras maratonas, para que o público possa fidelizar. Depois de oito anos, consecutivos, na manhãs da RTP, também eu fui penalizado pela mudança para a TVI. Quando passamos a “fazer parte” da família de quem nos vê diariamente, a nossa mudança de estação pode ser encarada como uma traição. Leva tempo a recuperar a confiança de quem se sentiu traído. Há pessoas que não entendem que esta profissão tem essa componente aliciante de mudança a partir dos desafios que nos são lançados. Claro que a Cristina e eu não estamos aqui para lhe facilitar a vida, enquanto concorrentes no mesmo horário e sobretudo estamos sempre muito atentos. Se me sinto vitorioso? Sim, apenas por ter a Júlia como uma das mulheres da minha vida. Isso é que, verdadeiramente, me importa.

aTV – Já se sente afetado pela crise? Sofreu algum corte no seu bolo salarial?
M.L.G. – Não sofri corte algum no meu salário. Todos somos afectados pela crise. Olhe, pago mais de impostos. Sou dos que paga muito, muito mesmo.

aTV – Quem considera ser a melhor apresentadora do day time da televisão portuguesa?
M.L.G. – Há belíssimas apresentadoras no day time em televisão. A Cristina, a Júlia, a Tânia (estou a falar apenas das manhãs) Não há a melhor, seja em que área for… Há as melhores. Como há os melhores. É bom pertencer aos melhores.

aTV – Sobre o Você na TV!, que novidades lhe reservam para 2013? Os cortes da TVI para a produção deste programa foram muitos?
M.L.G. – O que me cativa no programa Você na TV! é o mesmo que me cativava na Praça da Alegria quando o fiz por sete anos. É o facto de ser um programa diferente todas as manhãs, dados os temas e convidados. No caso concreto do Você na TV! é também a certeza do divertimento que acontece, por vezes sem como nem porquê, dada a cumplicidade incrível que existe entre mim e a Cristina. Saber que alegramos as manhãs de milhares e milhares de portugueses é o maior dos prémios que podemos desejar. Não deixámos de fazer o que até aqui sempre fizemos no programa devido a qualquer contenção de custos. Não estou por dentro do assunto, nem tenho de estar, mas tenho a certeza que não houve corte algum na criatividade ou empenho da equipa com quem tenho trabalho.

Goucha 3

aTV – Que opinião tem sobre a sua amiga Cristina Ferreira? Sente-se o seu mentor? Vê-la a tornar-se na nova Júlia Pinheiro?
M.L.G. – Sinto-me o parceiro da Cristina. Que é isso de mentor?! A Cristina é já o presente da televisão. Entende a televisão como a sua vida. É criativa, atenta e moderna na maneira de ver a Televisão. E isso faz toda a diferença. Não é nem vai ser a nova Júlia Pinheiro, porque já é a Cristina Ferreira. Mal irá quem não seja ele(a) próprio(a). Só assim se marca um lugar, uma posição, se ganha estatuto.

aTV – Como reage atualmente, depois de muitos anos de ataque, das mentiras e injúrias que aparecem sobre si semanalmente na imprensa? Magoa-o o facto de invadirem-lhe permanentemente a sua vida pessoal?
M.L.G. – Sinceramente, não dei por anos de ataques, mentiras e injúrias. Creio mesmo que serei dos mais poupados pela imprensa do género. Claro que já tive uma ou outra capa marcadas pela mentira. Mas há muito que impus a mim próprio a disciplina de não ler essas matérias, quando sei que não são verdade (talvez por isso ache que tenho sido poupado). Ser figura conhecida implica esse lado menos agradável resultante de uma exposição diária. Eu continuarei a ser o que sou e a apresentar-me na casa de milhares de portugueses, pelos menos todas as manhãs, grato por me deixarem entrar e respeitador de todas as diferenças. São as diferenças que me enriquecem. Sei que sou gostado por muitos, muitos mesmo e é para esses que trabalho dando-lhes o melhor de mim.

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